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Corinthians bate Ferroviária nos pênaltis e vai às semifinais do Paulista

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Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

27/03/2019 23h37

Foi com emoção até exagerada que o Corinthians eliminou a Ferroviária e se classificou às semifinais do Campeonato Paulista na noite de hoje. Após empate por 1 a 1 na Arena, com gols de Júnior Urso e Thiago Santos, Cássio brilhou nos pênaltis, defendeu uma cobrança e foi fundamental para o Alvinegro levar a melhor por 4 a 3 e se classificar.

A Ferroviária perdeu as duas primeiras cobranças de pênalti: Tony isolou, e Thiago Santos parou em grande defesa de Cássio - o 17º pênalti que o goleiro pegou pelo Corinthians. Gustagol e Clayson acertaram e abriram 2 a 0, mas Uilliam diminuiu, e Avelar errou na sequência, o que devolveu emoção às cobranças. Em seguida todos acertaram (Meritão, Boselli e o goleiro Tadeu), e o gol decisivo foi de Pedrinho.

Classificado, o Corinthians avança às semifinais para encarar o Santos, que tem o mando de campo no jogo de volta por ter melhor campanha até aqui. As datas e horários dos confrontos serão definidos pela Federação Paulista de Futebol (FPF) amanhã, mas há a expectativa de que o clássico seja jogado nos dois próximos domingos.

Foi bem: Clayson é o "externo desequilibrante"

Ferroviária/Clayson - Anderson Gores/Agência F8/Folhapress - Anderson Gores/Agência F8/Folhapress
Imagem: Anderson Gores/Agência F8/Folhapress

É visível a consciência do Corinthians quando tem a bola, mas falta insistir um pouco mais no jogo pelas pontas. Neste cenário, Clayson mudou o jogo em uma arrancada pela esquerda que rendeu o gol de Júnior Urso. Na semana em que tanto se discutiu a linguagem tática no futebol, digamos que o atacante tenha sido o "externo desequilibrante" do Corinthians.

Foi mal: ansioso, Manoel destoa do time

O zagueiro teve atuação ruim na Arena, principalmente pela ansiedade ao estourar a bola sem necessidade - o que aconteceu várias vezes. A impressão é que os dois zagueiros jogam o tempo inteiro sem confiança, o que os obriga a chutar para o lado que estiverem virados a cada desarme. Contra uma adversária que gosta da posse de bola, cada chutão teve seu preço. No gol da Ferroviária, ele foi desatento e viu Thiago Santos desviar a gol.

Corinthians mostra evolução, mas tem problemas

Taticamente, o Corinthians teve boa atuação, com marcação alta e bom posicionamento ao recuar. A grande dificuldade no primeiro tempo foi armar o contra-ataque após os desarmes, o que deixou o time em situação difícil em certo momento. Melhorou na etapa final, quando foi superior nos primeiros minutos e na reta final e quase fez o segundo gol; mas faltaram jogadas mais verticais.

Ferroviária não abandona proposta e dá trabalho

Com proposta de jogo muito bem definida, os visitantes seguraram a bola sempre que possível e fizeram o Corinthians correr. Sem se intimidar na Arena, a Ferroviária teve o protagonismo em boa parte do confronto e, quando preciso, encaixou sua marcação sempre com muitos jogadores no setor da bola. Em um deslize, tomou o gol, mas remou para empatar e, quando foi preciso, se segurou.

Ferroviária "esconde" a bola e controla

O time da casa ensaiou pressão inicial e chegou a sitiar a Ferroviária no campo dela, mas viu o jogo esfriar à medida que a adversária colocava em prática sua estratégia de posse de bola. O Corinthians quase abriu o placar pelo alto com Gustagol, mas foi o time do interior quem controlou a primeira meia hora de jogo.

Clayson desequilibra, e Corinthians sai na frente

Bastou o Corinthians colocar a bola no chão para responder à altura. Primeiro, Gustagol teve gol anulado por impedimento. Em, seguida Vagner Love finalizou com perigo, e no lance seguinte o gol saiu. Clayson recebeu bola após passe desviado de Ralf e partiu para cima, ganhou na velocidade e cruzou na medida para Júnior Urso apenas empurrar a gol (assista acima).

Ferroviária supera sufoco e empata

Os primeiros minutos da etapa final tiveram o Alvinegro melhor, mais incisivo e criando jogadas inclusive por dentro. Mas aos poucos a Ferroviária cresceu e passou a repetir a presença no campo de ataque que havia tido na primeira etapa. Aí achou o empate: Diogo Mateus recebeu livre atrás dos volantes e, aproveitando o erro de marcação, chutou de fora e viu a bola desviar antes de entrar.

Carille vai para o "tudo ou nada"

A troca de Ralf por Pedrinho, aos 24 minutos do segundo tempo, deixou o jogo muito mais corrido. Fábio Carille recuou Júnior Urso para a frente da área, abriu Pedrinho na direita e ganhou um atacante a mais dentro da área - primeiro Vagner Love, em seguida Boselli. Foi a troca que mais mudou o Corinthians, que passou a ocupar o campo de ataque com mais peso e, ao mesmo tempo, deixar mais espaços no meio-campo. O time até criou boas chances na reta final, mas faltou um detalhe para o segundo gol, e tudo foi aos pênaltis.

VAR é discreto em decisão

Não houve qualquer lance polêmico a ponto de exigir a intervenção do árbitro assistente de vídeo. Gustagol chegou a ter um gol anulado por impedimento, em um lance no qual o árbitro foi assertivo e não precisou rever na TV à beira do campo (confira acima). Uma outra bola cabeceada por Henrique foi salva em cima da linha pelo goleiro Tadeu, também sem necessidade do VAR.

FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 1 (4) x (3) 1 FERROVIÁRIA

Data: 27 de março de 2019, quarta-feira
Horário: 21h30 (de Brasília)
Competição: Campeonato Paulista, jogo de volta das quartas de final
Local: Arena Corinthians, em São Paulo-SP
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro e Luiz Alberto Andrini Nogueira
VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral
Cartões amarelos: Danilo Avelar (Corinthians); Diogo Matheus, Thiago Santos (Ferroviária)

Gols: Júnior Urso aos 33 minutos do primeiro tempo (Corinthians); Thiago Santos aos 14 minutos do segundo tempo (Ferroviária)

Corinthians: Cássio; Michel, Manoel, Henrique e Danilo Avelar; Ralf (Pedrinho), Júnior Urso e Jadson (Sornoza); Clayson, Vagner Love (Boselli) e Gustagol. Técnico: Fábio Carille.

Ferroviária: Tadeu; Diogo Mateus (Alison), Rayan, Rodrigão e Arthur Henrique; Anderson Uchoa, Tony e Leo Arthur (Higor Meritão); Felipe Ferreira (Uillian), Diego Gonçalves e Thiago Santos. Técnico: Vinicius Munhoz.

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