Por que Carille resiste em usar Pedrinho pelo meio, mas quer testar Clayson

O posicionamento de Pedrinho é um dilema que persiste no Corinthians: ele prefere jogar centralizado, mas Carille entende ser melhor tê-lo na ponta direita. A conclusão do treinador parece definitiva e, mesmo quando busca alternativas para a armação de jogadas, prioriza testes com Clayson pelo meio - não com Pedrinho. A escolha se dá por vários motivos, convincentes ou não, que o próprio meio-campista explica.

"Não vejo problema algum porque o Carille quer implantar um estilo de jogo diferente, colocando Everaldo e Clayson juntos - e nenhum deles está acostumado a jogar do meu lado, onde jogo", disse Pedrinho em entrevista coletiva que concedeu ao lado do próprio Clayson, ontem. "Também tenho triangulações por ali com Fagner e Junior Urso, com quem consigo trabalhar bem as jogadas, por isso não fico chateado de não estar pelo meio. É um lado direito que consegue servir bem a equipe", afirmou.

Pedrinho chegou a ser novamente testado por dentro em amistosos durante a pausa da Copa América, mas foi Sornoza quem reassumiu a função centralizada na volta às competições oficiais. De modo geral Carille pede que o armador, seja quem for, "pise mais na área" e seja um homem a mais a incomodar o goleiro adversário - Pedrinho já foi cobrado publicamente sobre isso, aliás. Mas o principal fator que afasta o meia da função por dentro seria seu biotipo: o treinador o vê franzino demais para jogar de costas para os volantes adversários.

Ainda que Clayson não seja tão mais corpulento que Pedrinho, é ele o predileto para ser testado na função. O atacante já jogou centralizado na Ponte Preta, inclusive foi contratado pelo Corinthians em uma época na qual exercia tal função, por isso vê a possibilidade com naturalidade. "Não vejo problema em estar no meio-campo, já joguei assim. O Carille vem testando e a equipe vem evoluindo cada vez mais. A ideia é conquistar um padrão para ter boas sequências", disse Clayson.

A ideia da comissão técnica, no entanto, é que a formação com Everaldo, Clayson e Pedrinho juntos seja uma alternativa para os últimos meses da temporada. "Eu queria ter testado na Copa América, não consegui. Mas ainda vou tentar, só não sei quando", admitiu Carille no último domingo (21).