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Só Santos de Pelé e mais 2 fizeram o que o Athletico precisa contra o Boca

Athletico volta a jogar na La Bombonera, agora pelas oitavas de final - Juan Mabromata/AFP
Athletico volta a jogar na La Bombonera, agora pelas oitavas de final Imagem: Juan Mabromata/AFP

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

31/07/2019 04h00

Missão impossível? O Athletico precisa vencer o Boca na mítica Bombonera para tentar se classificar para as quartas de final da Libertadores, em jogo nesta quarta, 21h30 (de Brasília). Os argentinos têm 28 participações na Copa continental, em 24 delas avançando ao menos até a primeira fase eliminatória.

O clube argentino tem seis títulos, mas, das vezes em que caiu, em apenas três sucumbiu em casa; na história, ninguém conseguiu sair de uma derrota em seus próprios domínios para a virada em cima dos Xeneizes em jogos eliminatórios na Libertadores. Derrotado por 1 a 0 em casa, o Athletico provoca pênaltis se devolver o placar ou se classifica direto se vencer por qualquer outro marcador; todos os demais resultados classificam o Boca.

Mas um seleto grupo, que envolve o Santos de Pelé, conseguiu o resultado que o Furacão precisa na Argentina.

Quem saiu da dificuldade mais próxima a que vive o Rubro-Negro foi o Defensor Sporting, em 2009. O time do goleiro Martín Silva, ex-Vasco, empatou em Montevidéu por 2 a 2 e precisava da vitória para se classificar. Diego de Souza fez o gol solitário que qualificou os uruguaios, silenciando a Bombonera. O Defensor cairia nas quartas diante do futuro campeão Estudiantes.

A última derrota com queda do Boca em casa foi em 2016. O surpreendente Independiente del Valle, do Equador, visitou a Bombonera com a vantagem de ter vencido o primeiro jogo das semifinais em casa por 2 a 1. Os equatorianos, que tinham o atual corintiano Sornoza, saíram atrás, viraram o placar para 3 a 1, com direito a Pavón perdendo um pênalti, e ainda levaram o 3 a 2, mas venceram e avançaram para perderem a decisão para o Atlético Nacional, da Colômbia.

A derrota mais marcante do Boca em casa foi para o histórico Santos de 1963, na decisão da Libertadores. O Peixe, da histórica linha de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, venceu o jogo de ida no Maracanã por 3 a 2 e chegou a estar atrás no placar na Bombonera. Mas Coutinho e Pelé viraram o jogo e levantaram o bicampeonato.

Na biografia de Coutinho há o relato de que esse seria, para o Rei, o melhor jogo da dupla: "O estádio os chamava de macacos, saíram perdendo de 1 a 0 no primeiro tempo. Aí o Lula passa um sabão e eles voltam pro segundo tempo e viram pra 2 a 1. Aí o Coutinho marcou o gol e comemorou dando um soco no ar", em homenagem ao Pelé, contou o narrador esportivo e biógrafo de Coutinho, Cacá Fernando, em uma reportagem especial recente sobre o atacante que faleceu nesse ano.

No geral, pela Libertadores, o Boca fez 132 jogos na Bombonera, com 92 vitórias, 27 empates e 13 derrotas, um aproveitamento de 76,5% dos pontos disputados.

Outros brasileiros venceram na Bombonera, mas em circunstâncias diferentes. O Paysandu fez 1 a 0, gol de Iarley, nas oitavas de 2003, mas acabou tomando 4 a 2 no Mangueirão e foi eliminado. Palmeiras (2018), Fluminense (2012), Cruzeiro (1994) também venceram, mas na fase de grupos.

"Tenho certeza disso [de que o Athletico se classifica]. Essa é a mensagem. Pode ir para as bancas de apostas, porque vai ganhar dinheiro com a gente", disse o treinador Tiago Nunes em coletiva concedida logo após a vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, em pleno Mineirão, no último sábado.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no penúltimo parágrafo desta notícia, o Boca Juniors venceu o Paysandu por 4 a 2, em Belém, pela Copa Libertadores de 2003, e não 5 a 2. O erro foi corrigido.
Diferentemente do informado no penúltimo parágrafo desta notícia, o Palmeiras também venceu o Boca Juniors em La Bombonera. Anteriormente, a notícia não citava a vitória por 2 a 0 conquistada na fase grupos da Libertadores de 2018. O erro foi corrigido.

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