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Aos 21, brasileira usa otimismo e meditação para atingir elite do tênis

Bia posa com o troféu do challenger de Cagnes-sur-Mer, torneio que venceu antes de jogar Roland Garros - Divulgação/DGW
Bia posa com o troféu do challenger de Cagnes-sur-Mer, torneio que venceu antes de jogar Roland Garros Imagem: Divulgação/DGW

Lucas Pastore

Do UOL, em São Paulo

26/05/2017 13h53

Pela primeira vez classificada para a chave principal de um Grand Slam, Bia Haddad já tinha feito história neste ano ao se tornar a oitava tenista brasileira a aparecer entre as 100 primeiras colocadas do ranking da WTA. Às vésperas de completar 21 anos de idade, a tenista brasileira tem o otimismo e a meditação como trunfos para superar as dificuldades e continuar seu crescimento no circuito profissional.

Nascida no dia 30 de maio de 1996, Bia chegou à chave principal de Roland Garros ao vencer a suíça Jil Teichmann na última fase do qualifying. A classificação coroa a volta por cima da tenista, que já tem vaga garantida também em Wimbledon sem precisar passar pela eliminatória. Ao longo de sua carreira, a brasileira teve de lutar contra lesões para conseguir se manter em quadra. Mas nem por isso perdeu o otimismo.

Em 2013, Bia teve de passar por uma complicada cirurgia na coluna. Conseguiu se recuperar bem o bastante para voltar ao tênis. Em 2015, mais uma operação: dessa vez, no ombro direito. No fim do ano passado, a tenista enfrentou mais um problema ao quebrar três costelas em queda, perdendo parte do começo da temporada 2017.

A série de lesões, no entanto, nunca tirou o otimismo da tenista. Sempre com abordagem positiva, Bia é adepta da filosofia de que nada acontece por acaso, aceitando mais facilmente os problemas físicos e se dedicando a solucioná-los.

Para manter-se sempre otimista, Bia confia na energia que tira da meditação. Adepta da prática, a atleta dedica uma hora por dia a ela logo depois de acordar.

A vaga em Roland Garros coroa o melhor mês da carreira da tenista. A brasileira chegou ao top 100 após sua campanha no Torneio de Praga, que teve como ponto alto a vitória sobre Samantha Stosur, então 19ª colocada no ranking da WTA, por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/2.

Foi a primeira vez que Bia, eliminada nas quartas de final do torneio em questão, venceu uma tenista ranqueada entre as 20 melhores do mundo. Com o resultado, se juntou a Andrea Vieira, Claudia Monteiro, Gisele Miró, Maria Esther Bueno, Niege Dias, Patricia Medrado e Teliana Pereira no seleto grupo de brasileiras que já apareceram no top 100 do ranking profissional.

As realizações recentes ajudam a explicar porque Bia é considerada uma promessa do tênis mundial há tampo tempo. Desde 2015, a brasileira integra o time da IMG, maior empresa de marketing esportivo do mundo, que tem Maria Sharapova, Eugenie Bouchard e o Masters de Miami na sua lista de clientes.

Para continuar crescendo e deixar de ser promessa, o próximo passo é Roland Garros. Logo na estreia, uma adversária dura: a russa Elena Vesnina, 15ª colocada no ranking profissional. Mesmo assim, otimismo não vai faltar.