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Maiores astros do esporte dos EUA rebatem Trump; protestos se ampliam

Brady cruza os braços com Phillip Dorsett durante o hino americano - Steven Senne/AP
Brady cruza os braços com Phillip Dorsett durante o hino americano Imagem: Steven Senne/AP

Do UOL, em São Paulo

25/09/2017 13h34

As maiores estrelas dos dois maiores esportes dos Estados Unidos se manifestaram contra Donald Trump ao longo do último fim de semana. LeBron James, Michael Jordan e até Tom Brady, tido como amigo do presidente americano, criticaram os comentários feitos pelo político nos últimos dias, no Twitter ou no palanque, os quais atacavam atletas tanto da NBA quanto da NFL.

No último domingo (24), Brady cruzou braços com o wide receiver Phillip Dorsett durante a execução do hino americano antes do jogo com o Houston Texans – sinal de união dos atletas, repetidos em diversas partidas da última rodada da NFL. Na manhã desta segunda-feira (25), o astro do New England Patriots disse discordar com as palavras do presidente americano em entrevista à rádio WEEI.

“Eu certamente discordo do que ele disse. Eu pensei que foi apenas divisivo. Como eu disse, eu só quero apoiar meus colegas de time. Eu não sou de dizer: ‘ah, isso é errado. Aquilo é certo’. Eu acredito no que acredito. Acredito em unir as pessoas, em respeito, amor e confiança. Esses são os valores passados a mim pelos meus pais. É assim que eu tento viver todo dia”, declarou o quarterback.

“Se você não concorda, tudo bem. Você pode vocalizar sua discórdia, eu acho que isso é ótimo. É parte da nossa democracia. Desde que feito de uma forma pacífica, respeitosa”, completou.

LeBron James, por sua vez, falou em mais de uma ocasião contra o presidente americano. A princípio, chamou-o de “vagabundo” por retirar o convite de visita à Casa Branca para o Golden State Warriors. “Era uma honra ir à Casa Branca até você aparecer”, escreveu o jogador do Cleveland Cavaliers. Mas LeBron não parou por aí. O ala publicou um vídeo elaborando ainda mais seus pensamentos, tendo como principal mensagem o desejo de união.

“Você olha ele (Trump) pedindo a donos da NFL para se livrar dos jogadores porque eles estão exercendo seus direitos. Isso não é certo. Quando eu acordo eu vejo que um colega meu foi desconvidado de algo que ele não queria nem ir inicialmente, é algo que eu não suporto. Temos Jemele Hill (jornalista da ESPN que Trump pediu que a empresa a demitisse), Colin Kaepernick, todas essas pessoas se manifestando... é por uma causa maior, é para nos unirmos. Não é para dividir. Nós, como americanos, precisamos nos unir ainda mais para sermos ainda mais fortes. Esse é um momento muito crítico “, destacou o jogador.

Hoje proprietário do Charlotte Hornets, o maior jogador da história do basquete se uniu aos atletas do momento nas críticas a Trump. Em entrevista ao jornal “Charlotte Observer”, Michael Jordan lembrou os direitos dos cidadãos americanos para defender os protestos durante a execução do hino.

“Um dos direitos fundamentais desse país é fundado na liberdade de expressão, e temos uma longa tradição de protestos pacíficos, não violentos. Aqueles que exercitam o direito de se expressar pacificamente não devem ser demonizados ou condenados”, opinou Jordan.

“Em um momento de divisão e ódio crescente neste país, devemos buscar maneiras de trabalhar juntos a poiar um ao outro para não criar mais divisão”, completou o ex-jogador do Chicago Bulls.

O fim de semana também marcou o avanço da oposição a Trump em outros esportes. A MLB, maior liga de beisebol do país, registrou seu primeiro manifestante durante o hino nacional: Bruce Maxwell, jogador do Oakland A’s vindo de uma família de militares, se ajoelhou antes da partida em casa contra o Texas Rangers.

Até na NASCAR Trump recebeu a resistência de atletas. Após alguns donos de equipes apoiarem o presidente americano, o piloto Dale Earnhardt Jr., maior estrela da competição automobilística, publicou nesta segunda-feira, no Twitter, um discurso do ex-presidente John F. Kennedy. “Todos os americanos têm o direito de protestos pacíficos. Aqueles que tornarem a revolução pacífica impossível tornarão uma revolução violenta inevitável”, citou.