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SP bate Náutico com direito a golaço de Ganso e chapéu de Ceni

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

16/10/2013 22h49

Dois personagens que têm sido alvos constantes de questionamento no São Paulo deram mostras nesta quarta-feira de que, talvez, as críticas sejam exageradas demais. Na boa vitória do time por 3 a 0 sobre o Náutico, no Morumbi, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, Rogério Ceni e Ganso foram os grandes destaques do tricolor.

O goleiro, que no último domingo foi de herói a vilão ao desperdiçar um pênalti - o quarto consecutivo - contra o Corinthians, e o meia, que frequentemente ouve ter perdido a magia do futebol apresentado no Santos, conduziram a equipe paulista à vitória e à 12ª colocação no Nacional com 37 pontos, já à frente do Corinthians, que perdeu para o Grêmio. Pior para o Náutico, afundado ainda mais na lanterna com 17 pontos.

Ceni não só fez defesas importantes no jogo desta noite como levantou a torcida ao dar um chapéu em Maikon Leite. Ganso, por sua vez, novamente comandou o meio-campo são-paulino, hoje com direito a um toque de calcanhar no gol de Ademílson e ao seu próprio tento, um golaço, por sinal.

Antes de o jogo começar, Ceni treinou cobranças de pênaltis sobre o reserva Denis e arrancou gritos da torcida ao acertar os chutes no gol. Em todas, bateu forte, alto, diferentemente de como cobrou quando errou as últimas quatro oportunidades. Ceni deu mostras de que seria, sim, o batedor, caso o São Paulo tivesse um pênalti a favor durante o jogo. 

O primeiro gol do São Paulo foi de Ademilson, mas chamou atenção por Paulo Henrique Ganso. O meia deu passe de calcanhar para Aloísio, que chutou e viu a bola sobrar para o companheiro de ataque, que completou para o gol e abriu o placar. 
 
Foi depois do gol são-paulino que Rogério Ceni aplicou o chapéu. O zagueiro Edson Silva atrasou bola em passe mais curto do que deveria ser e exigiu que Ceni saísse correndo de sua área, para evitar a chegada de Maikon Leite. O goleiro, então, levantou a bola por cima do adversário, em vez de chutá-la para longe. 
 
Na segunda etapa, o jogo continuou disputado. O São Paulo demonstrou maior solidez e controle do jogo no meio de campo, e chegou mais vezes ao gol adversário. O Náutico, porém, também assustou. Não teve chances claras de gol, mas criou jogadas pela lateral que chegaram até a área são-paulina.
 
Mas Ganso brilhou novamente. E muito mais do que com o passe de calcanhar. Recebeu bola no flanco esquerdo do campo, entrou na área, driblou três adversários e finalizou fraco de pé direito. A bola bateu na trave esquerda e entrou no gol de Ricardo Berna, que nem se mexeu. Na comemoração, o jogador foi carregado pelos companheiros. 
 
Welliton ainda ampliou. O atacante acabar de entrar no lugar de Aloísio. O São Paulo avançou com Ademilson pelo centro do campo, o jovem fez o passe caído no chão e viu Welliton finalizar forte, para o fundo das redes. O gol tranquilizou a equipe e decretou a vitória.
 
O jogo desta quarta-feira pode ter sido o último oficial de Rogério Ceni no Morumbi. O São Paulo será julgado pelo STJD por conta dos incidentes envolvendo torcedores na partida contra o Corinthians, no último domingo, e pode perder mandos de campo no Brasileirão. Restam apenas quatro partias em casa até o fim do campeonato. Na Copa Sul-Americana, o clube depende de vitória sobre a Universidad Católica (CHI), no dia 22, para avançar às quartas de final. O primeiro jogo, no Morumbi, terminou em empate por 1 a 1.
 
Muricy Ramalho não pôde contar com quatro titulares para a partida. O zagueiro Antonio Carlos e o atacante Luis Fabiano estão lesionados, e o zagueiro Paulo Miranda e o lateral direito Douglas cumpriram suspensão. Assim, o treinador teve de improvisar para manter o esquema tático dos últimos jogos, que varia entre o 4-2-3-1 e o 3-5-2. O volante Wellington atuou entre a ala direita e o meio de campo, enquanto Rafael Toloi jogou como zagueiro e também podendo sair como lateral direito. 
 
A vitória faz o São Paulo chegar a quatro partidas sem perder, com 10 pontos somados nos últimos 12 disputados. O triunfo afasta a equipe ainda mais da zona de rebaixamento do Brasileirão e faz com que, a partir da próxima rodada, o time passe a disputar posições intermediárias na primeira metade da tabela em caso de vitória.
 
Com pouquíssimas chances de escapar do rebaixamento, o Náutico enfrentará o Santos, no próximo sábado, na Arena Pernambuco. O São Paulo encara o Bahia, no domingo, na Fonte nova. 
 
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 3 X 0 Náutico
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Assistentes: Neuza Ines Back e João Patrício de Araújo
Público: 14.942 pagantes
Renda: R$ 159.515,00
Cartões amarelos: Denilson, Rodrigo Caio (São Paulo) / Peña e Tiago Real (Náutico)
Gols: Ademilson, aos 30 minutos do 1º tempo; Ganso, aos 20 minutos do 2º tempo; Welliton, aos 28 minutos do 2º tempo
 
SÃO PAULO:
Rogério Ceni; Rafael Toloi, Rodrigo Caio e Edson Silva; Wellington, Denilson (Fabrício), Maicon, Paulo Henrique Ganso (Jadson) e Reinaldo; Ademilson e Aloisio (Welliton). Técnico: Muricy Ramalho
 
NÁUTICO:
Ricardo Berna; Dadá (Auremir), Alison, William Alves e Bruno Collaço; Derley (Diego), Elicarlos, Martinez e Tiago Real; Maikon Leite e Peña (Jones Carioca). Técnico: Marcelo Martelotte