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Campeão e endinheirado, Palmeiras terá como 1º desafio manter Dudu em 2019

Felipão abraça Dudu: dois protagonistas da conquista palmeirense no Brasileirão - Ale Cabral/AGIF
Felipão abraça Dudu: dois protagonistas da conquista palmeirense no Brasileirão Imagem: Ale Cabral/AGIF

Danilo Lavieri e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

26/11/2018 04h00

Com o décimo título brasileiro de sua história assegurado, o Palmeiras agora vira a chave totalmente para o planejamento da próxima temporada, para a qual o técnico Luiz Felipe Scolari já avisou que a cobrança por títulos será ainda maior. Saudável financeiramente e com a garantia de Leila Pereira de que o patrocínio da Crefisa será renovado por três anos, o clube já se movimenta no mercado e tem como principal desafio manter Dudu, o grande destaque da conquista do deca.

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Após receber proposta da China em janeiro, o camisa 7 renovou com o Palmeiras em março até 2022, com valorização salarial e aumento de multa rescisória, mas deverá ser bastante assediado na janela de fim de ano. Seu novo empresário, André Cury, afirmou à época que havia um "acordo verbal" para Dudu sair do Verdão em 2019, em episódio que provocou até desmentidos da diretoria alviverde. Depois, em julho, o Palmeiras recusou ofertas que chegaram a 15 milhões de euros do futebol chinês, contrariando a vontade do próprio jogador.

O futebol de Dudu, aliás, vivia fase irregular na ocasião e ele andava irritado com cobranças da torcida. Tudo mudou depois da chegada de Felipão, que na base da conversa e do carinho recuperou o futebol do atacante, transformando-o no melhor jogador da campanha do título brasileiro. Aos 26 anos e símbolo de uma era vencedora do Palmeiras desde sua contratação em 2015, Dudu pode ver seu ciclo no clube chegando ao fim.

Para manter o atacante, o clube terá que abrir o bolso. E dinheiro para isso não falta. Conselheira do Palmeiras e presidente da Crefisa, Leila Pereira anunciou em São Januário, após o jogo com o Vasco, que o patrocínio será renovado - hoje, o valor mínimo investido pela empresa é de R$ 78 milhões anuais. Além disso, a Crefisa dará um prêmio de R$ 12 milhões pela conquista do Brasileiro, e o clube receberá da CBF outros R$ 18 milhões pelo título. Outra fonte importante de renda é o Allianz Parque, que gera ao clube R$ 75 milhões por ano.

Para 2019, o Palmeiras já tem algumas novidades certas para reforçar o grupo de Felipão: o clube acertou a compra do centroavante Arthur Cabral, do Ceará, por R$ 5,5 milhões, e terá o retorno do meia Raphael Veiga, que se destacou nesta temporada emprestado ao Atlético-PR. Além disso, deve exercer a prioridade de compra que possui sobre o meia Zé Rafael, do Bahia.

Já outros nomes do elenco vivem indefinição. É o caso dos laterais Mayke e Marcos Rocha, que estão emprestados por Cruzeiro e Atlético-MG, respectivamente; e dos goleiros Fernando Prass e Jailson e do zagueiro Edu Dracena, que têm seus contratos se encerrando em dezembro. Com o título brasileiro garantido, o clube vai iniciar conversas para acertar o futuro de cada um. O mais perto de ficar é Mayke, cujo desempenho agradou muito na reta final do Brasileiro.

O certo é que, na próxima temporada, o clube vai novamente focar no principal título que escapou em 2018: o da Libertadores. A eliminação na semifinal para o Boca Juniors neste ano foi o maior baque da vitoriosa gestão de Felipão, que conseguiu dar rapidamente uma identidade ao time, implantar um sistema de rodízio que agradou internamente e levar o título do Brasieliro. Como o próprio treinador já admitiu, o sucesso fará as expectativas subirem ainda mais.