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Discussão e desmandos marcam bastidores da demissão de Luxa no Grêmio

Vanderlei Luxemburgo foi demitido pelo Grêmio na manhã deste sábado após discussão - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA
Vanderlei Luxemburgo foi demitido pelo Grêmio na manhã deste sábado após discussão Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

30/06/2013 06h00

A demissão de Vanderlei Luxemburgo do Grêmio não foi uma simples decisão técnica. O 'desgaste na relação' citado pelo presidente Fábo Koff em entrevista coletiva vai além de somente problemas normais. Uma discussão com um dirigente e os constantes desmandos do treinador motivaram a decisão pela saída.

Koff não faltou com a verdade. A escolha pela demissão de Luxemburgo envolveu 'uma soma de fatores'. A reportagem do UOL Esporte apurou alguns deles e a gota d'água com o embate sobre a utilização do atacante Welliton.

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Os percalços recentes começaram quando Vanderlei Luxemburgo insistiu para a realização da intertemporada do Grêmio longe de Porto Alegre. O treinador bateu pé e tentou de todas as formas levar o elenco para 10 dias nos locais onde normalmente manda seus treinos: Atibaia, Foz do Iguaçu ou Londrina. Antes mesmo da manifestação da direção, Luxa já havia falado na imprensa que a ideia era sair da capita gaúcha.

Não aconteceu e a direção gremista oficializou a permanência no Olímpico alegando questões financeiras. Luxemburgo não gostou, mas aceitou a decisão do comando do clube.

As divergências, porém, tiveram ponto alto na noite de sexta-feira. O presidente do Grêmio solicitou a não utilização do atacante Welliton no jogo-treino diante do Caxias já que este poderia ser envolvido com uma negociação que o levaria ao futebol árabe. O pedido não foi feito diretamente por Koff, mas via um dirigente.

Vanderlei Luxemburgo não gostou da maneira que a informação foi dada. Assim, abriu discussão com o emissário de Koff. O relato foi feito ao presidente, que prontamente decidiu pela demissão. Neste momento, Koff ligou para o agente de Luxemburgo, marcou a reunião para antes do jogo-treino e informou o treinador da rescisão logo na chegada. Luxa, irritado, deixou o Olímpico sem se despedir do elenco e no começo da tarde embarcou ao Rio de Janeiro.

A direção gremista nega tal discussão. "Não houve discussão nenhuma. A relação no vestiário sempre foi respeitosa. Mesmo com divergências, que são normais. Mas não mais que isso. Eu não presenciei nenhuma discussão", falou o diretor executivo de futebol, Rui Costa, ao UOL Esporte.

As diferenças entre Vanderlei Luxemburgo e a direção do Grêmio não são novas. No início do ano, uma série de jogadores foram apresentados pelos dirigentes e vetados por Luxa. Entre eles, Diego Lugano, o 'nome do cofre' proposto em campanha por Fábio Koff.

 

Vanderlei não quis, e apresentou outros jogadores de seu agrado. Cris, Dida, Adriano, Willian José todos chegaram com a participação de Luxa. Nenhum deles tinha total aval do comando do clube, que aceitou algumas sugestões, e impôs outras.

Os diretores do futebol gremista mantiveram uma série de reuniões até o início da noite de sexta-feira. Jogadores, funcionários, membros da comissão técnica, todos foram devidamente informados que mesmo com a troca de comando os objetivos são os mesmos.

Enquanto trabalha para contratação de um novo treinador, a direção não descarta a possibilidade de efetivar Roger Machado, que assume interinamente. No entanto, o nome mais forte atualmente é Renato Gaúcho, que está desempregado.

O domingo será marcado por novas reuniões e contatos para a contratação de um novo comandante de campo. Os jogadores do Grêmio se reapresentam na próxima segunda-feira.