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Justiça boliviana reconhece doação do Corinthians, e torcedores devem ser soltos

Cinco corintianos seguem detidos em penitenciária em Oruro desde fevereiro - Daniel Rodrigo/Reuters
Cinco corintianos seguem detidos em penitenciária em Oruro desde fevereiro Imagem: Daniel Rodrigo/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/07/2013 09h27

A Justiça da Bolívia emitiu relatório conclusivo sobre a doação feita pelo Corinthians para viabilizar a liberação dos cinco torcedores presos desde fevereiro em Oruro. O processo continua, mas a expectativa é que os cinco sejam liberados até sexta-feira.

O UOL Esporte havia apurado que o clube paulista doou US$ 55 mil (cerca de R$120 mil) aos familiares de Kevin Espada, fazendo com que houvesse parecer favorável do Ministério Público da Bolívia sobre um procedimento técnico de justiça restaurativa (processo na qual as partes envolvidas chegam a um valor que pode ser utilizado para tentar a superação emocional do dano).

No entanto, de acordo com o Ministério da Justiça, o valor doado pelo Corinthians foi de US$ 50 mil.

O Ministério da Justiça do Brasil viabilizou a negociação entre os cinco torcedores corintianos presos na Bolívia e a família de Kevin Espada, morto após ser atingido no rosto por um sinalizador em fevereiro.

"A partir deste relatório, a expectativa é que os torcedores sejam soltos brevemente", afirmam os advogados Ramiro Magne e Oscar Arraya, que defendem os corintianos.

Reginaldo Coelho, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Cleuter Barreto Barros estão presos desde o dia 20 de fevereiro, data do jogo entre San José e Corinthians pela Copa Libertadores, quando o torcedor boliviano Kevin Espada morreu ao ser atingido por um sinalizador naval lançado da torcida do Corinthians. 

A polícia da cidade prendeu um grupo de 12 torcedores e sete deles foram liberados da prisão em junho. 

Também em junho, um juiz boliviano informou a inclusão de um jovem brasileiro de 17 anos, residente em São Paulo, no processo contra vários torcedores do Corinthians, investigados pela morte em fevereiro de Kevin.

O jovem, identificado como H.A.M., se entregou às autoridades policiais brasileiras poucos dias após o acontecimento trágico, confessando ser o responsável por acender o sinalizador que matou o boliviano de 14 anos.

Inicialmente, o advogado da família de Kevin Espada pediu US$ 250 mil (mais de R$ 550 mil) para que retirasse a queixa contra os torcedores. Na ocasião, estavam detidos 12 corintianos. O valor foi considerado abusivo e negado pelos defensores dos torcedores presos.