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Rotina de Fabrício no Vasco vai do carinho do grupo às vaias da torcida

Fabricio é abraçado por Maxi López e Yago Pikachu após gol do Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF
Fabricio é abraçado por Maxi López e Yago Pikachu após gol do Vasco Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/10/2018 04h00

Os batuques cadenciados que adentram o vestiário do Vasco são o sinal de que Fabrício está na área. Munido de sua potente e inseparável caixa de som, é ele quem anima o grupo antes de todas as partidas do Cruzmaltino. Se minutos depois já tem quase que a certeza de que ouvirá vaias da arquibancada, é naquele pequeno espaço que ele encontra o seu reduto de paz dentro do clube.

Forte na "resenha" - como falam os boleiros quando a pessoa é uma boa contadora de histórias - o lateral-esquerdo desfruta do carinho do elenco desde quando chegou a São Januário, no início desta temporada.

De temperamento, por vezes, explosivo, foi contido pelos mesmos quando se revoltou ao ser substituído durante o empate com o Internacional, na última sexta-feira (26), enquanto ouvia vaias a caminho do vestiário.

Ouvindo vaias, Fabrício é substituído e deixa campo irritado com a torcida do Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Fabrício deixou o campo irritado contra o Inter
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Corajoso em bancá-lo como titular e improvisado, já que Fabrício vem jogando como meia, o técnico Alberto Valentim relevou a rebeldia e, como um pai, tentou ser compreensivo com o momento delicado do jogador.

"O Fabrício queria continuar na partida, e a gente tem que entender um pouquinho o quanto ele recebe de pressão. Não é fácil para ele se preparar para o jogo, principalmente aqui. Temos que entender um pouco. É um ser humano que sofre uma pressão tão grande. Pressão maior que a dele, talvez só a do presidente", disse o treinador.

Um dos líderes do elenco mesmo com pouco tempo de clube, o atacante Maxi López saiu em defesa do colega após a partida contra o Internacional.

"Vou sempre apoiar o Fabrício, assim como todos os meus companheiros. Nós precisamos de todos juntos", declarou.

Como uma forma de preservar sua família, o lateral tem evitado levar seus filhos e esposa aos jogos por conta da pressão dos torcedores. Com contrato de empréstimo do Cruzeiro se encerrando em dezembro, ele ainda não sabe sobre seu futuro.

"Tem que preservar a família nesses momentos. Estou aqui há um ano e já sei bem o que é isso. Então opto por não trazê-los, porque na vitória e na derrota, minha alegria é com eles. Como meu empréstimo está acabando aqui, estou vivendo cada dia, cada jogo. O mais importante é ajudar o Vasco a se manter na Série A. Depois é jogar na mão de Deus e ver o que vai acontecer", disse o jogador, em entrevista coletiva.