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Queda de Levir no Atlético-MG: saiba os bastidores da demissão do técnico

Levir Culpi deixou de ser treinador do Atlético-MG na manhã de ontem - Bruno Cantini/Atlético-MG
Levir Culpi deixou de ser treinador do Atlético-MG na manhã de ontem Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

12/04/2019 04h00

A demissão de Levir Culpi, ocorrida em reunião no início da tarde de ontem, foi consequência de uma série de fatores. O treinador não vinha agradando à diretoria do Atlético-MG e muito menos parte do elenco que tinha à disposição.

No encontro que formalizou a saída do técnico, o presidente expôs o seu pensamento e explicou por que optaria pela rescisão contratual do campeão da Copa do Brasil 2014 pelo clube.

O UOL Esporte apurou que não foi apenas um motivo que tirou o técnico da Cidade do Galo. Há uma lista que explica por que ele não está mais na equipe em 2019.

Atlético-MG ainda pagará Levir Culpi

Levir Culpi ainda teria que receber nove salários na Cidade do Galo, além do 13º. Com vencimentos de R$ 400 mil mensais, o técnico receberia R$ 4 milhões do clube de Belo Horizonte. Ele abriu mão de receber a totalidade do vínculo que embolsaria durante a reunião. No entanto, ainda vai faturar parte do que o Atlético teria que desembolsar. O valor exato não foi confirmado ao UOL Esporte.

O montante devido será parcelado e Levir receberá menos da metade de seus salários por um tempo. O número de prestações também não foi confirmado.

Presidente começou a trabalhar saída durante o jogo

Sérgio Sette Câmara, mandatário do Atlético, não pôde viajar a Assunção para assistir à partida contra o Cerro Porteño. O cartola teve que ficar no Brasil para ir à posse do novo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A ausência da viagem permitiu que o dirigente iniciasse ao lado de Rui Costa, seu novo diretor de futebol, a busca por um técnico.

A dupla chegou a um consenso ainda na noite de anteontem. A ideia é buscar Tiago Nunes para a vaga. Com salário mais modesto e contrato até o fim de 2019, o treinador é apontado como um nome fácil de atrair. A ideia é dar a ele um vínculo longo e vencimentos bem superiores aos recebidos no Athletico-PR.

Logo após a goleada sofrida para o time paraguaio, o mandatário entrou em contato com novo chefe do departamento de futebol para discutir novas possibilidades. Eles querem chegar a um acordo com o novo treinador até o início da próxima semana.

Rendimento na Libertadores

O principal motivo para a saída do treinador foi o rendimento obtido na fase de grupos da Copa Libertadores. O Atlético perdeu três dos quatro jogos que fez na fase de grupos da competição e está muito perto de uma eliminação. A situação incomodou a cúpula alvinegra. A goleada acachapante para o Cerro Porteño, do Paraguai, anteontem, foi o estopim para a saída.

Hoje, o time tem três pontos em quatro rodadas e precisa vencer os dois jogos que restam, além de torcer para o Nacional não pontuar, para chegar às oitavas de final. A situação fez com que Sérgio Sette Câmara convocasse Levir para uma reunião na manhã de ontem, horas depois do retorno do Paraguai ao Brasil.

Na conversa, o presidente, que nem sequer viajou com a delegação, explicou que o rendimento abaixo da expectativa na Libertadores era um ponto para a sua saída precoce do clube. O UOL cita alguns pontos abordados na reunião.

Insatisfação do elenco

Parte do elenco não estava feliz com o trabalho de Levir Culpi na Cidade do Galo. O principal motivo era a forma que ele havia escolhido para comandar atividades. Os atletas queriam mais treinos voltados para as partes tática e física, enquanto o técnico costumava comandar coletivos, com dois times divididos em um campo inteiro.

A insatisfação vinda do vestiário já era de conhecimento de Marques, atual gerente de futebol do clube. Ele repassou o problema à diretoria.

Dois casos deixaram a ruptura do técnico com o plantel. O primeiro foi quando ele cedeu às críticas externas e escalou o elenco com dois volantes de marcação e Elias na ponta esquerda. O UOL Esporte apurou que o técnico jamais havia trabalhado aquela formação. Outro ponto foi a saída de Patric. O lateral direito, tratado como homem de confiança do técnico, se tornou reserva, mesmo após várias coletivas o defendendo.

Ciente do problema, Marques participou da reunião ocorrida na manhã de ontem e informou à diretoria o que houve. Ele disse a Levir Culpi que a sua saída também era motivada pela insatisfação do elenco.

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