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O que faz o questionado filho de Tite na comissão da seleção brasileira

Matheus Bachi, auxiliar técnico da seleção brasileira, em treino da seleção brasileira - Lucas Figueiredo/CBF
Matheus Bachi, auxiliar técnico da seleção brasileira, em treino da seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri, Marcel Rizzo e Pedro Lopes

Do UOL, em Teresópolis

07/07/2019 04h00

Matheus Bachi, 30 anos, tem ganhado cada vez mais espaço na seleção brasileira. Você pode não conhecer, mas ele é um dos principais nomes da comissão técnica que entra em campo hoje (7) para tentar a conquista da Copa América. Ficará mais fácil para você, talvez, se explicarmos que ele é o filho de Tite.

No centro de uma polêmica desde 2016 por conta de um suposto nepotismo, Tite fez tanta questão de sua presença na comissão que a CBF até mesmo mudou seu próprio estatuto e abriu uma brecha para indicação de familiares para tarefas diretamente ligadas ao campo.

Campeão com Tite na época de Corinthians, Matheus chega ao campo sempre mais cedo do que os jogadores para preparar os treinamentos. Ao lado de Cléber Xavier, que é o auxiliar número 1, ele posiciona cones, fitas, marcadores de ferro e todos os outros instrumentos usados no dia a dia.

Matheus Bachi prepara treino da seleção brasileira - Pedro Martins/Mowa Press - Pedro Martins/Mowa Press
Matheus Bachi prepara treino da seleção brasileira
Imagem: Pedro Martins/Mowa Press

Quando o treino começa, ele aproveita os seus cerca de 1,90m para simular um adversário nos treinos de bola parada, simula linha de impedimento e a movimentação do adversário estudada pela comissão de Tite.

Esse pacote já fazia parte de seu trabalho desde o início. A grande diferença é que, agora, Matheus fica no banco de reservas ao lado dos jogadores em dias de jogo. Ocupando o lugar que era de Sylvinho, que agora é treinador de Lyon, ele orienta os escolhidos por Tite para entrar durante o jogo. Ele também conversa com os atletas enquanto a bola rola, fazendo observações e imaginando correções.

Antes disso, ele ficava nas tribunas e fazia os relatórios para a comissão técnica. Em 2018, no Mundial, era ele que ficava das arquibancadas passando as orientações por rádio para Cléber Xavier. No jogo contra a Bélgica, inclusive, ele pediu a entrada de Taison, gostaria que Douglas Costa fosse escalado mais cedo e foi contra a saída de Gabriel Jesus.

Matheus Bacchi, filho e auxiliar de Tite, orienta Everton durante jogo da seleção brasileira contra a Venezuela na Copa América - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Matheus Bachi, filho e auxiliar de Tite, orienta Everton durante jogo da seleção brasileira contra a Venezuela
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Por ser mais novo, Matheus tem facilidade de comunicação com a maior parte dos jogadores. Ele é constantemente elogiado por atletas e por outros membros da comissão por estar sempre antenado em outras e ter facilidade com tecnologias que facilitam no trabalho do dia a dia.

Ele também cumpre a agenda da comissão de viagens para a observação mais de perto de atletas que estão no radar de convocações. Nas coletivas, Matheus assiste a todos presencialmente na sala de imprensa. No dia em que Tite foi questionado sobre o nepotismo, em Salvador, ele estava na primeira fileira e tentou não esboçar reação.

Veja como foi o último treino da seleção brasileira na Copa América 2019

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O treinador sempre soube que seria questionado pela imprensa e até internamente por colocar o próprio filho na comissão, mas resolveu comprar essa briga por considerar Matheus pronto para a função.

FICHA TÉCNICA:
BRASIL X PERU

Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 7 de julho de 2019, às 17h
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Assistentes: Christian Schiemann e Claudio Rios (ambos do Chile)
VAR: Julio Bascuñan (Chile)

BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus, Everton e Roberto Firmino.
Técnico: Tite.

PERU: Pedro Gallese, Luis Advíncula, Carlos Zambrano, Luis Abram e Miguel Trauco; Renato Tapia e Yoshimar Yotún; André Carrillo, Christian Cueva e Edison Flores; Paolo Guerrero.
Técnico: Ricardo Gareca.