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Jogador de Libertadores? Borja volta a ser preterido por Deyverson em queda

Miguel Borja comemora seu gol pelo Palmeiras contra o Godoy Cruz pela Libertadores - Andres Larrovere / AFP
Miguel Borja comemora seu gol pelo Palmeiras contra o Godoy Cruz pela Libertadores Imagem: Andres Larrovere / AFP

Bruno Grossi e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

29/08/2019 04h00

Faz cerca de um mês que Miguel Borja parecia ter renascido no Palmeiras com gols decisivos nas duas partidas contra o Godoy Cruz, pelas oitavas de final da Libertadores. Até então encostado no elenco, o colombiano recuperou espaço e ganhou até elogios do técnico Luiz Felipe Scolari, que justificou sua escalação dizendo que o camisa 9 era "jogador de Libertadores". Na eliminação para o Grêmio, nas quartas, porém, ele voltou a ser preterido por Deyverson no momento decisivo.

A situação foi um filme repetido para Borja. No ano passado, Felipão sacou o jogador, então artilheiro da Libertadores, para a entrada de Deyverson como titular na partida vital contra o Boca Juniors, no Allianz Parque, que terminou com empate por 2 a 2 e eliminação alviverde na semifinal. Desta vez, perdendo por 2 a 1 em casa e precisando reagir, o treinador voltou a recorrer ao camisa 16 no intervalo da partida, deixando Borja no banco até o apito final.

A atuação de Deyverson foi bem ruim, como o próprio Felipão reconheceu após a derrota. O centroavante não conseguiu impor seu jogo aéreo em cima da defesa formada por Kannemann e Geromel e ainda errou lances fáceis pelo chão, em ataques que poderiam ser promissores. Borja, segundo maior artilheiro do Palmeiras na história da Libertadores, assistiu de fora.

Não que a temporada do colombiano seja boa. Ele na verdade vinha tendo um ano péssimo e havia recusado quatro propostas para ser negociado no primeiro semestre, de olho em uma possível convocação para a Copa América pela Colômbia, o que não se concretizou. Sua reação veio só quando a má fase de Deyverson atingiu, após o meio do ano, níveis incontornáveis. Escalado contra o Godoy Cruz, ele correspondeu e pediu uma sequência como titular.

Ela não veio. Às voltas com a situação contratual de Borja, que exigia um pagamento adicional de US$ 3 milhões (R$ 12,5 em valores atuais) ao Atlético Nacional caso ele não fosse negociado até 17 de agosto, o Palmeiras foi atrás de outros centroavantes no mercado. Primeiro veio Henrique Dourado a custo zero, emprestado até o fim do ano pelo Henan Jianye, da China. Depois veio o nome que desbancou a titularidade-relâmpago de Borja: Luiz Adriano.

Rapidamente, o novo camisa 10 agradou a comissão técnica e assumiu o posto de referência do ataque. E Deyverson, com características diferentes das de Luiz Adriano e Borja, passou a ser o plano B imediato. Isso ficou evidente no jogo da eliminação para o Grêmio, quando o camisa 16 foi a primeira opção de Felipão para tentar mudar o jogo, substituindo Willian logo no intervalo e deslocando Luiz para a ponta direita, em estratégia que não surtiu efeito.

Borja não quis sair do Palmeiras para tentar disputar a Copa América e, depois, para buscar o título da Libertadores. Nenhuma oferta que chegou agradou o jogador. Agora, depois de decidir ficar, ele se vê relegado subitamente a terceira opção. Recentemente, o clube negociou outro centroavante - Arthur Cabral está em vias de ter o empréstimo acertado para o Basel, da Suíça. Restam quatro nomes para a posição: Borja, Deyverson, Luiz Adriano e Dourado.

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