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Problemas extraquadra e decepções marcam 1ª fase da Superliga

Marcão, do Londrina, desmaia durante jogo da Superliga contra a Cimed - Reprodução/Vipcomm TV
Marcão, do Londrina, desmaia durante jogo da Superliga contra a Cimed Imagem: Reprodução/Vipcomm TV

Do UOL, em São Paulo

12/03/2012 10h35

A primeira fase da Superliga de vôlei terminou no último final de semana, mas apesar da qualidade das equipes, dos elencos estrelados e do forte equilíbrio do torneio masculino, o que se viu até agora foi um campeonato marcado mais pelas dificuldades extraquadra do que pelo alto nível das partidas.

O UOL Esporte lista abaixo os principais problemas e destaques negativos do campeonato até agora.

RACISMO

O episódio em que o central Michael, do Vôlei Futuro, foi hostilizado e chamado de ‘bicha’ na Superliga 2010/2011 não ficou no passado. Nesta temporada, os insultos racistas voltaram a roubar as manchetes. O caso mais emblemático foi o de Wallace, oposto do Sada/Cruzeiro, chamado de "macaco" por uma torcedora durante a partida contra o Vivo/Minas. A equipe do jogador perdeu de virada, e ele disse ter ficado extremamente abalado com a situação, que ainda está sendo analisada pela CBV e pelo STJD. Já na última rodada da Superliga feminina, o problema teria se repetido, agora com Dami Ramirez, do Usiminas/Minas, que disse ter sido chamada de "negra de merda" no duelo contra o Rio do Sul.

GINÁSIOS PRECÁRIOS

Apesar de ter alguns dos jogadores mais valiosos do mundo, a Superliga de vôlei não conta com ginásios bem estruturados. Foi essa a certeza que se teve na primeira fase da temporada 2011/2012, quando pelo menos duas quadras tiveram escancarados os seus problemas. O ginásio do Montes Claros sofreu com as goteiras, que interromperam pelo menos três partidas. O clube foi multado em apenas R$ 500, valor considerado irrisório. Já o Capoeirão, usado pela Cimed/Sky, protagonizou uma das cenas mais inusitadas do campeonato. Por conta do calor e da umidade, a quadra ficou molhada e atrasou em mais de duas horas o jogo entre o time catarinense e o Sesi. Os paulistas perderam e reclamaram de ter de jogar nestas condições.

ARBITRAGENS RUINS

Comumente atacada no futebol, a arbitragem virou o centro das atenções também em jogos de vôlei nesta temporada. Apesar da introdução de um microfone na lapela dos árbitros nos jogos com transmissões de TV para ficarem mais claras para o público as marcações, o que se viu foi uma série de erros que irritaram os jogadores e chegaram a unir adversários incrédulos em determinadas partidas. Bolas duvidosas tiraram atletas e técnicos do sério, e os cartões amarelos rolaram soltos nesta primeira fase.

CBV CRITICADA

Os problemas com ginásio e arbitragem foram apenas algumas das reclamações que a CBV teve de ouvir e, ao menos até agora, não conseguiu resolver na Superliga. O calendário apertado continua sendo alvo de críticas dos atletas, mas um caso específico causou ira de esportistas e torcedores. O Londrina pediu o adiamento de um jogo contra a Cimed em razão de um problema estomacal que afetou quase todos os jogadores da equipe, mas a entidade argumentou que não haveria tempo hábil para a suspensão do duelo. Em quadra, os paranaenses, que já vinham em má fase no campeonato, jogaram mal, perderam, e um jogador chegou a desmaiar.

ASTROS CONTUNDIDOS

Por conta do calendário cada vez mais apertado do vôlei, a Superliga 2011/2012 ficou sem alguns de seus principais astros. Selecionáveis como Murilo, Sheilla e Mari foram poupados em determinadas rodadas, outros como Wallace, Fabíola e Jaqueline sofreram lesões e ainda houve aqueles que sequer entraram em quadra, como Natalia, que ainda se recupera de um tumor na canela, e Giba, que teve de ser submetido a uma cirurgia no joelho. Para completar, a norte-americana Hooker desfalcou o Sollys/Nestlé em duas ocasiões, mas por problemas, no mínimo, peculiares. Primeiro, machucou a mão após brigar com o noivo e dar um soco na mesa. Depois, ficou de fora de uma partida por levar uma picada de aranha e ter uma reação alérgica.

DECEPÇÃO DO RJX

As quartas de final da Superliga começam nesta semana, e o RJX pode até surpreender os favoritos e chegar à decisão do torneio. O que se viu até agora, porém, foi uma grande decepção do time montado para conquistar títulos e recolocar o Rio no cenário do vôlei masculino. Mesmo contando com os selecionáveis Dante, Lucão, Marlon, Théo e Allan, a equipe criada pelo milionário Eike Batista não convenceu, venceu apenas 12 de 22 partidas e só conseguiu triunfar em três dos 10 clássicos que disputou com os principais times do campeonato (Sesi, Cimed, Vôlei Futuro, Minas e Cruzeiro).