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Lances livres atormentam Splitter e pivô vira 'Shaq brasileiro' no Pré-Olímpico

Tiago Splitter tem apresentado baixíssimo aproveitamento nas cobranças de lance livre - Gaspar Nobrega/CBB
Tiago Splitter tem apresentado baixíssimo aproveitamento nas cobranças de lance livre Imagem: Gaspar Nobrega/CBB

Daniel Neves

Em Mar del Plata (Argentina)

04/09/2011 07h00

Motivo de satisfação para a maioria dos atletas, os lances livres têm sido um tormento para o brasileiro Tiago Splitter. Durante a primeira fase do Pré-Olímpico, o pivô apresentou um bom desempenho ofensivo, mas sofreu com um baixíssimo aproveitamento nas cobranças das infrações – o que tem sido utilizado como arma pelos adversários.

O rendimento de Splitter na linha dos lances livres é preocupante. Nas 22 cobranças que realizou, acertou apenas oito – um aproveitamento de 36,4%. A questão está visivelmente irritando o jogador, que evita ao máximo falar sobre o assunto.

“A bola não está caindo. É isso. Estou treinando, é o que eu mais treino", disse o pivô, incomodado com a situação. "Todo mundo se cobra quando não está em um momento doce do seu jogo neste aspecto. Obviamente você não tem confiança. Mas é melhor não pensar muito, bola para frente”.

O momento de Tiago Splitter traz a inevitável comparação com outro grande pivô famoso por sofrer com os lances livres. Quatro vezes campeão da NBA, Shaquille O’Neal sempre teve dificuldade com este fundamento e deu origem ao famoso ‘Haq-a-Shaq’, tática que consistia em fazer faltas intencionais no astro para forçá-lo a bater as infrações.

Esta deficiência virou uma espécie de folclore de O’Neal, que atingiu a incrível marca de mais de 5 mil lances livres desperdiçados na NBA. Ainda assim, o aproveitamento do norte-americano na carreira foi de 52,7%, muito superior ao apresentado por Splitter neste momento.

O baixo aproveitamento do jogador tem sido bem aproveitado pelos rivais. Contando com o desempenho ruim de Splitter na cobrança dos lances livres, os adversários não têm economizado nas faltas sobre o pivô, disparado o atleta brasileiro que mais sofreu infrações até agora.

“Estamos tentando não falar tanto disto agora, porque senão iria perturbá-lo psicologicamente. Nos Estados Unidos ele tentou mudar sua mecânica de arremesso e está vivendo essa transição. Vamos tentar que ele melhore, pois é certeza que vai sofrer muitas faltas”, comentou o técnico Rubén Magnano.