Entrevista tem preço Em 1982, Diego Armando Maradona já era visto como grande craque durante a Copa, mas ainda não estava consagrado. Mesmo assim, após a vitória sobre El Salvador, na primeira fase, passou a cobrar US$ 5.000 para cada entrevista concedida.
O perseguido E Diego Maradona não era, em 1982, o mais polido dos jogadores. Seu estilo polêmico já era evidente. Após ser criticado por Pelé em um dos jogos, o argentino saiu-se com esta: "Quero muito bem ao Pelé, mas ele se equivocou. Pelé precisa estar no time e enfrentar a marcação constante de quatro defensores para depois opinar."
Brasil na Copa O Brasil teve três treinadores na Copa de 1982: além de Telê Santana na seleção, Carlos Alberto Parreira dirigia o Kuwait e Tim (Elba de Pádua Lima) era o treinador do Peru.
Solidão Houve um intervalo de nove dias entre o último jogo brasileiro na primeira fase (vitória sobre a Nova Zelândia) e a estréia na segunda fase (vitória sobre a Argentina). A rotina de treinos e concentração abalou alguns jogadores.
A regra é clara Arnaldo César Coelho se tornou o primeiro árbitro brasileiro a dirigir uma decisão de Copa do Mundo em 1982. Ao ser informado de sua escolha, chorou e disse: "É como ser pai pela primeira vez".
Poder de xeque Em jogo da primeira fase, a França goleava o Kuwait e fez mais um gol para ampliar sua vantagem. O xeque Fahid Al-Ahmad Sabah, dirigente da confederação de seu país, invadiu o campo e exigiu que o árbitro soviético Miroslav Stupar anulasse o gol. Obedeceu. No dia seguinte, foi suspenso pela Fifa. O xeque acabou multado.
Traves mais baixas Os travessões do estádio Ramon Sanchez Pizjuan, em Sevilha, estavam 2,5 centímetros abaixo do estipulado pelas regras da Fifa no jogo entre Brasil e União Soviética. O erro foi descoberto no dia seguinte por um ex-goleiro iugoslavo.
A desorganização espanhola Mesmo tendo 18 anos para organizar a Copa de 82 -tempo recorde até hoje-, a Espanha deixou a desejar em diversos aspectos. "Eles parecem ter deixado tudo para a última hora e não sabem agora o que fazer. Tudo é difícil. É um fracasso", relatou Arnoldo Chiorino, jornalista da "Folha de S.Paulo", à época.
A maior goleada Em 1982, a Hungria aplicou em El Salvador a maior goleada da história das Copas: 10 a 1. Apesar da expectativa criada em torno do time húngaro após a contundente vitória em sua estréia na Copa, a seleção sequer passou à segunda fase -superada por Bélgica e Argentina, que estavam no mesmo grupo dos húngaros.
O mais jovem Aos 17 anos e 42 dias, o atacante Norman Whiteside, da Irlanda do Norte, atuou contra a Iugoslávia, em Zaragoza. Whiteside permanece o mais jovem jogador a estar em campo em uma Copa.
Mordomia? A seleção brasileira se hospedou no hotel Mas Badó, em Barcelona, na segunda fase da Copa. O Mas Badó tinha duas estrelas. Itália e Argentina, rivais da seleção, ficaram em hotéis de três estrelas. Rússia, Polônia e Bélgica, que também se hospedaram em Barcelona, se instalaram em estabelecimentos de quatro estrelas.
"Quando a Itália fez o segundo gol, olhei para o Cerezo, e ele estava chorando. Fiquei louco de raiva. Descontrolado mesmo. Fui até ele e disse: 'se você não parar de chorar agora, meto-lhe a mão na cara. Este é um jogo para homens, Toninho. Se você está com medo, saia logo.'" Júnior, lateral da seleção, em entrevista logo após a derrota para a Itália
"Não era o nosso dia. Se marcássemos quatro gols, a Itália marcaria cinco. Não conseguimos manter o empate nem por cinco minutos." Zico, logo após a derrota para a Itália na Copa
"Só não digo que o futebol-arte não serve para o Mundial porque estaria cometendo injustiça com outras seleções brasileiras que conquistaram o título. Mas às vezes é importante partir para um futebol mais rude." Falcão, no dia seguinte à derrota para a Itália
"Quando chegar em meu quarto, na concentração, vou chorar, gritar, desabafar sozinho." Cerezo, que errou um passe que originou um gol italiano, após o jogo
"Espero persuadi-los a comer pelo menos um pouco antes do jogo." Carlos Alberto Parreira, sobre as dificuldades de dirigir o Kuait, cujos atletas, muçulmanos, faziam jejum durante a Copa por estarem no período do Ramadã
"Telê revoluciona o futebol mundial." Zezé Moreira, técnico da seleção na Copa de 54 e espião de Telê em 82
"A defesa da Itália é muito boa, dá combate em toda a intermediária e sai jogando com rapidez. Acho a Itália um adversário muito perigoso, ao contrário do que estão falando.". Falcão, no dia em que o Brasil ficou sabendo que a Itália seria um dos rivais na segunda fase
"Brasileiro não é covarde, mas o mais importante é jogar futebol. Não deve haver revide nem reclamações. É uma colaboração que podemor dar ao futebol." Telê Santana, em 1º de julho, antes do jogo entre Brasil e Argentina