'Cachê' de R$ 1 milhão seduz Flamengo e Vasco para clássicos em Brasília
Longe do Maracanã, tradicional palco do “clássico dos milhões”, Flamengo e Vasco se enfrentam no próximo domingo, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. Mas a distância do Rio de Janeiro nem sequer é lamentada pelos rivais. A renda estimada em pelo menos R$ 5 milhões e a garantia mínima de R$ 1 milhão para cada clube são motivos de festejos para quem ainda cambaleia na missão de colocar as finanças em dia.
Rubro-Negro e Cruzmaltino possuem torcidas representativas e este argumento foi utilizado pelas respectivas diretorias para levar os jogos para a capital federal. No entanto, o UOL Esporte apurou que o motivo da realização dos clássicos pelas 7ª e 26ª rodada no estádio Mané Garrincha é exclusivamente econômico.
RODRIGO MATTOS: FLA PAGA ALUGUEL MAIS ALTO DO BRASIL NO MANÉ GARRINCHA
Apesar de ter uma renda excepcional no domingo, diante do Coritiba, o Flamengo viu abatido o seu lucro por conta de, entre outras despesas, pagar o aluguel mais alto do Brasil no Estádio Mané Garrincha. E esse valor vai subir mais. O clube deu 13% da renda para o Governo do Distrito Federal, percentual que vai subir para 15% a partir do 6º jogo na arena. Foram destinados R$ 351.656 para o aluguel do campo - o maior valor de uma concessão
Precavidos contra um possível fracasso na venda de bilhetes, ambos os clubes não têm com o que se preocupar quanto a arrecadação. Por conta de um acordo previamente estabelecido, Flamengo e Vasco ficarão, no mínimo, com a cota de R$ 1 milhão. A estimativa foi realizada pelos organizadores com base nos públicos recentes do estádio, apelo do jogo e valor dos ingressos.
São quase 70 mil bilhetes colocados à venda para o compromisso: cerca de 41 mil lugares no valor de R$ 100 para o setor superior, 22 mil para o setor inferior por R$ 180, 6 mil VIP's na quantia de R$ 260, além da exploração de camarotes. A renda será dividida da seguinte forma: 13% pelo aluguel do campo, 10% para a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e entre 2% e 5% para a Federação de Brasília.
Se todos os ingressos fossem vendidos pelo valor inteiro, a renda chegaria próxima dos R$ 10 milhões. Porém, a estimativa dos organizadores é de que 90% dos bilhetes sejam comercializados no esquema de meia-entrada, o que é comum em Brasília com descontos para estudantes, funcionários públicos e outros. Desta forma, o lucro final está contabilizado em pelo menos R$ 5 milhões de acordo com os responsáveis pela logística da partida.
Ainda existem gastos com segurança e limpeza do estádio. Os clubes devem dividir pouco mais de 70% do valor total da renda, o que pode chegar a R$ 2 milhões para cada ou até ultrapassar dependendo do número de camarotes vendidos. Funcionários do Rubro-Negro e do Cruzmaltino estão na capital federal desde a última quarta-feira realizando a operação para o clássico e não escondem a satisfação com o importante reforço de caixa que está por vir.
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“Sabíamos que seria vantajoso trazer o jogo para Brasília. Existem complicações como em qualquer lugar, mas tínhamos a certeza de que conseguiríamos pelo menos R$ 1 milhão com os últimos levantamentos de renda e estimativa de público. Tanto que o clássico pelo segundo turno será aqui novamente. Se o maior estádio para esse jogo no Rio de Janeiro poderia colocar 20 mil espectadores, aqui teremos quase o triplo e com um valor maior pelos ingressos”, explicou o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa, referindo-se a falta de estádios no Rio.
Com o Engenhão fechado desde o final de março por conta de problemas na estrutura e o Maracanã em meio a um impasse pelo acerto com o Flamengo, São Januário é o único estádio da capital fluminense apto a receber partidas do Campeonato Brasileiro. A casa vascaína, porém, não tem autorização para ser palco de clássicos regionais.
A renda “gorda” não será novidade para o Flamengo em jogos disputados em Brasília. No último sábado, na partida contra o Coritiba na capital federal, o rubro-negro já havia embolsado R$ 1,1 milhão da renda de R$ 2,7 milhões.
E além da negociação isolada para os clássicos contra o Vasco com garantia mínima de R$ 1 milhão, o time da Gávea fechou um pacote de mais cinco jogos no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O Flamengo ainda encara Botafogo, Atlético-MG, Portuguesa, São Paulo e Grêmio no local.
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O Flamengo dever ter uma agenda com jogos distribuidos pelo Brasil enfatisando as cidades por percentual e potencial de crescimento de sua torcida. Não é por termos a maior do mundo q devemos deitar em berço explendido e agirmos sem otimizar os recursos q temos. Agora, tudo começa com uma adminstração competente, seria e um grande time. Estamos no caminho certo. Saudações RUBRO NEGRAS. PS: SOU SOCIO TORCEDOR E CONVIDO TODA A NAÇÃO A ADERIR A ESSA CAUSA.
Sou contra o FLAMENGO se associar a este consórcio por 35 anos. Enquanto tempo Juscelino construiu BRASILIA? Em 35 anos o flamengo pode ter com certeza o seu próprio estádio. O correto é Governo do Rio devolver o Estádio ao Clubes e obriga-los a administrar de forma correta.