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Fluminense amarga seca histórica e chega à semana decisiva pressionado

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Do UOL, em São Paulo

26/11/2018 04h00

O Fluminense tem um obstáculo extra para a retal final da temporada: a seca de gols. Após a derrota por 2 a 0 diante do Internacional no último domingo (25), o time carioca chegou a sete jogos consecutivos sem balançar as redes e vive o maior jejum de sua história - já são 672 minutos sem comemorar. A marca negativa aumenta a pressão sob a equipe às vésperas de confrontos decisivos pela Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.

A última vez que o Flu havia ficado tanto tempo sem marcar foi em 1971, quando passou seis jogos oficiais (540 minutos, desconsiderando acréscimos) em branco - contra Botafogo, América-MG, Cruzeiro, Palmeiras, Portuguesa (SP) e Corinthians, no Campeonato Brasileiro daquele ano. Em 1985, o time chegou a amargar uma sequência maior (588 minutos), mas em uma seca contou com um confronto amistoso não-oficial diante do Real Madrid. A equipe não celebra uma bola na rede desde o dia 31 de outubro, quando venceu o Nacional, do Uruguai, por 1 a 0.

O cenário preocupa justamente pelas necessidades da equipe nos próximos compromissos. Na quarta-feira (28), o time das Laranjeiras entra em campo contra o Atlético-PR pelo segundo jogo da semifinal da Sul-Americana e precisa de ao menos dois gols para reverter uma desvantagem de 2 a 0 e avançar à final do torneio.

Situação ainda mais preocupante é a vivida pelo clube no Campeonato Brasileiro. O Fluminense soma 42 pontos - apenas dois acima do América-MG, primeiro time na zona do rebaixamento e adversário direto na última rodada da competição. A equipe precisa ao menos do empate para se livrar da ameaça de queda para a Série B. Em caso de derrota, o time vai depender dos resultados de Vasco, Chapecoense e, possivelmente, Sport (que ainda entra em campo pela 37ª rodada nesta segunda-feira, contra o São Paulo) para seguir na elite do futebol brasileiro em 2019. 

Apesar da má fase, o técnico Marcelo Oliveira evitou colocar mais pressão em cima do elenco antes dos compromissos decisivos. Ele espera contar com o apoio da torcida para os dois jogos.

"Não podemos cobrar dos jogadores um esforço ainda maior do que eles estão dando. A impressão que me dá é de jogadores muito comprometidos com o trabalho. Tenho repetido isso diversas vezes. São jogadores que se doam muito em campo. Só posso entender que Deus está preparando algo maior agora", disse.

"Vamos passar a respirar esse jogo contra do Atlético-PR [pela Sul-Americana] e criar um clima, uma mobilização para o jogo de domingo contra o América-MG [na última rodada do Brasileiro], onde jogaremos por dois resultados", completou o treinador, que também falou sobre a "sina" da equipe em deixar a decisão para os últimos jogos.

Na contramão do discurso do técnico, o goleiro Rodolfo cobrou "um pouco mais de raça" para os próximos jogos da equipe. Ele avaliou que o time vai precisar encarar os compromissos contra Atlético-PR e América-MG como "uma final" para salvar o clube de um vexame no fim da temporada.

"Tem que ganhar, tem que fazer gol, marcar bem, jogar bem. Tem que ter um pouquinho mais de raça, um pouquinho mais de lealdade. O que temos que fazer agora é ganhar o jogo", disse o goleiro logo após a derrota para o Inter.