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River cita G20 e diz que se recusa a jogar final da Libertadores em Madri

Torcida do River Plate lotou Monumental para a final que não aconteceu - REUTERS/Marcos Brindicci
Torcida do River Plate lotou Monumental para a final que não aconteceu Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci

Do UOL, em São Paulo*

01/12/2018 13h01

O River Plate tornou oficial na manhã deste sábado (1) toda a insatisfação com a mudança da sede da final da Copa Libertadores da América contra o Boca Juniors e disse que se recusa a jogar a final na Espanha. Por medidas de segurança, a Conmebol tirou a partida da Argentina e decidiu promovê-la em Madri, na Espanha, no próximo dia 9.

"A partir da apresentação feita ontem, sexta-feira 30 de novembro, antes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o River Plate confirma sua recusa em mudar de local", começa o comunicado feito pelo clube.

"O clube entende que esta decisão desnaturaliza a competição, prejudica os torcedores que adquiriram ingresso e afeta a igualdade de condições a partir da perda da condição de mandante", disse em comunicado o clube, que no jogo de ida, na Bombonera com só a torcida da casa, empatou com o arquirrival por 2 a 2.

O River ainda afirma na nota que os incidentes violentos que provocaram o adiamento do segundo jogo no Monumental de Núñez ocorreram em área cuja segurança não era de responsabilidade do clube - e que as falhas foram assumidas por autoridades. 

Na sequência, o River Plate relembra que mais de 66 mil pessoas aguardaram por oito horas no estádio a definição sobre a realização da partida no último sábado e retornaram ao local no dia seguinte, quando um novo adiamento foi determinado. Segundo a nota, estas pessoas "injustificadamente não poderão mais presenciar o espetáculo, em virtude da evidente diferença de custos e da distância da sede escolhida".

Por fim, o River diz que "é incompreensível que o clássico mais importante do futebol argentino não possa acontecer no mesmo país que está recebendo o G20", em referência ao encontro dos principais líderes mundiais em Buenos Aires.

"O futebol argentino em seu conjunto e a Associação de Futebol Argentino (AFA) não podem permitir que um punhado de violentos impeça que o superclássico ocorra em nosso país", conclui o River. 

Fifa cita "circunstâncias especiais"

A Fifa argumentou que as circunstâncias especiais em torno da partida de volta da final da Libertadores da América entre River Plate e Boca Juniors para autorizar que o duelo seja disputado no próximo dia 9 em Madri, na Espanha, dentro do território de uma associação nacional que não é membro da Conmebol.

"De acordo com o artigo 71 (parágrafo 4) do Estatuto da Fifa e levando em conta as circunstâncias especiais do caso, o Bureau do Conselho da FIFA autorizou a realização da partida de volta da final da Taça Libertadores no estádio Santiago Bernabéu em Madri", detalhou um porta-voz da Fifa à Agência Efe.

A decisão foi tomada "depois que o jogo previsto para 24 de novembro teve que ser suspenso devido a razões de natureza não esportiva e que a Conmebol tomou a decisão de que o jogo deveria ser disputado em território neutro".

"Depois de analisar várias opções, a Conmebol decidiu de maneira excepcional que a partida seja realizada no território de uma associação nacional que não é membro da Conmebol, em território da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF)"

Posteriormente, e "levando em conta essas circunstâncias, a Uefa e a RFEF autorizaram com base nessa situação excepcional que o jogo seja disputado no Santiago Bernabéu em Madri", afirmou a fonte da Fifa, cujo presidente, Gianni Infantino, deve oferecer uma entrevista coletiva neste sábado em Buenos Aires, onde se encontra por ocasião da reunião do G20.

*com informações da Agência Efe