Topo

Acordo 'Fla-Traffic' segue indefinido e R10 vai até o final do Brasileirão com 'bolso vazio'

Ronaldinho Gaúcho enfrenta um mau momento dentro e fora de campo no Flamengo - Alexandre Loureiro/VIPCOMM
Ronaldinho Gaúcho enfrenta um mau momento dentro e fora de campo no Flamengo Imagem: Alexandre Loureiro/VIPCOMM

Vinicius Castro

No Rio de Janeiro

24/11/2011 06h10

Dentro de campo, o Flamengo luta para conquistar uma vaga na Libertadores do próximo ano e precisa da vitória sobre o Internacional, domingo, às 17h (de Brasília), em Macaé, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, para se aproximar do objetivo. Fora das quatro linhas, o impasse envolvendo a Traffic, empresa de marketing esportivo, persiste e parece longe de um final feliz por enquanto.

Responsável pelo pagamento da maior parte do salário de Ronaldinho, a empresa ainda discute com o Flamengo as cláusulas do contrato. Nos últimos dias, uma reunião foi realizada para tentar finalizar a questão. Quando o imbróglio apontava para o fim surgiu novo obstáculo. Desta vez, os programas de fidelidade e sócio torcedor emperraram o processo. A Traffic quer gerenciar a questão, conforme combinado no memorando inicial, enquanto o Rubro-Negro mostra-se reticente.

Com isso, novas rodadas de negociações serão realizadas na próxima semana e Ronaldinho disputará os dois últimos jogos do Campeonato Brasileiro sem receber os salários atrasados. O débito já passou de três meses e no próximo 5 de dezembro, um dia após o encerramento da competição, chegará a quatro meses. Atualmente, a dívida é de R$ 2, 250 milhões. Assim que o contrato for assinado, R10 terá o montante depositado 24 horas depois em sua conta. Por ora, o craque segue com o “bolso vazio”. Inclusive, a possibilidade de o camisa 10 não continuar na Gávea existe. Tudo depende das novas reuniões e do final de temporada.

Entre os ajustes acordados até aqui, o principal é de que o contrato envolve as três partes e o atraso de três meses da Traffic (R$ 750 mil/mês) não corresponde apenas a empresa de marketing esportivo, já que a engrenagem funciona em conjunto. Inclusive, os R$ 250 mil (parte do Flamengo) possuem a própria Traffic como fiadora.

Enquanto a situação não se define, a diretoria rubro-negra segue negociando contratos de patrocínio com a Procter & Gamble, utilizando o intermédio da agência 9ine, de Ronaldo Fenômeno. No último domingo, a presidente Patricia Amorim garantiu ao UOL Esporte que o impasse não interfere na negociação e que a Traffic terá o seu percentual desde que a questão envolvendo Ronaldinho seja solucionada.

Relembre o caso:

A situação só aconteceu por conta de uma revelia. No acordo que foi feito com a empresa na contratação do craque, ficou acertado que a Traffic recuperaria parte do investimento em R10 com uma parcela do patrocínio master da camisa rubro-negra. O problema é que não foi assinado nenhum contrato no início do ano entre as partes, apenas um memorando, cuja validade dura cerca de três meses.

Como a empresa não conseguiu arrumar um patrocínio, o Flamengo assinou com a Procter & Gamble para expor sua marca no uniforme, sem a interferência da Traffic, que não recebeu nenhuma parcela do patrocínio master na camisa. Com isso, a investidora deixou de pagar o salário de Ronaldinho para que fosse assinado um contrato e, neste documento, ficasse determinado como seria recuperado o investimento feito no craque.

A Traffic deseja garantias de que terá o Flamengo como verdadeiro parceiro a partir da assinatura do novo compromisso. Além de receber o percentual dos contratos que intermediar, a empresa de marketing esportivo será incluída nos demais acordos. Desta forma, os executivos acreditam que poderão recuperar de maneira mais rápida o dinheiro investido em Ronaldinho. A interrupção do pagamento foi acordada com Assis para que o impasse fosse resolvido pelo Flamengo.