Topo

Fla ganha sobrevida até o dia 31 para resolver pendências de R10 e Thiago Neves

O Fla ainda trabalha com o prazo de 31/12 para resolver as situações dos jogadores - Ricardo Cassiano/ UOL
O Fla ainda trabalha com o prazo de 31/12 para resolver as situações dos jogadores Imagem: Ricardo Cassiano/ UOL

Vinicius Castro

No Rio de Janeiro

15/12/2011 20h00

Enquanto as situações envolvendo Felipe e Renato Abreu estão em compasso de espera, o Flamengo se movimenta para resolver os impasses dos craques do time, Ronaldinho e Thiago Neves. Nesta quinta-feira, o Rubro-Negro viu o Al-Hilal, da Arábia Saudita, endurecer o jogo e não ceder para que o clube carioca efetue o pagamento dos R$ 18 milhões em dois anos e meio. Os árabes exigem receber em um prazo menor e a queda de braço vai durar até o dia 31 de dezembro, quando acaba o contrato do jogador.

“O Al-Hilal já sabe que o Flamengo não vai apresentar nova proposta. A negociação vai seguir e todos sabem da vontade do Thiago. Os valores são altos, é um jogador de ponta, mas ainda não tratamos o caso como emergencial. O prazo é o dia 31 de dezembro. Até lá tudo pode acontecer. É o limite do Flamengo”, afirmou Léo Rabello, empresário do atleta, ao UOL Esporte.

A situação é parecida em parte com a que envolve os salários atrasados de Ronaldinho. Também nesta quinta-feira, Michel Levy, vice de finanças do Flamengo, se reuniu com J. Hawilla, dono da Traffic, em São Paulo. O dirigente saiu mais otimista do encontro em relação ao acerto entre as partes, mas o desfecho final também ficou para o fim do ano.

“Saio da reunião bastante otimista e creio que o nosso contrato deve continuar. Ainda tem alguns detalhes que precisam ser apreciados pelos poderes do clube. Para a semana acredito que tudo já esteja acertado. Falta pouca coisa para isso ser resolvido”, disse Levy, em entrevista à Rádio Tupi.

Na semana passada, Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, garantiu a permanência do camisa 10 no Flamengo em razão das Olimpíadas de Londres-2012, que o Gaúcho sonha em disputar. No último dia 5, o craque completou quatro meses de salários atrasados. A dívida chegou aos R$ 3 milhões, valor considerado limite para Assis.

Alguns ajustes já foram acordados. O principal é de que o contrato envolve as três partes e o atraso de quatro meses da Traffic (R$ 750 mil/mês) não corresponde apenas a empresa de marketing esportivo, já que a engrenagem funciona em conjunto. Inclusive, os R$ 250 mil (parte do Flamengo) possuem a própria Traffic como fiadora.

Relembre o caso:

A situação só aconteceu por conta de uma revelia. No acordo que foi feito com a empresa na contratação do craque, ficou acertado que a Traffic recuperaria parte do investimento em R10 com uma parcela do patrocínio master da camisa rubro-negra. O problema é que não foi assinado nenhum contrato no início do ano entre as partes, apenas um memorando, cuja validade dura cerca de três meses.

Como a empresa não conseguiu arrumar um patrocínio, o Flamengo assinou com a Procter & Gamble para expor sua marca no uniforme, sem a interferência da Traffic, que não recebeu nenhuma parcela do patrocínio master na camisa. Com isso, a investidora deixou de pagar o salário de Ronaldinho para que fosse assinado um contrato e, neste documento, ficasse determinado como seria recuperado o investimento feito no craque.

A Traffic deseja garantias de que terá o Flamengo como verdadeiro parceiro a partir da assinatura do novo compromisso. Além de receber o percentual dos contratos que intermediar, a empresa de marketing esportivo será incluída nos demais acordos. Desta forma, os executivos acreditam que poderão recuperar de maneira mais rápida o dinheiro investido em Ronaldinho. A interrupção do pagamento foi acordada com Assis para que o impasse fosse resolvido pelo Flamengo.