Corintianos dizem que estão presos na Bolívia apenas por serem brasileiros
Presos há quase um mês em Oruro, na Bolívia, os torcedores do Corinthians ainda tentam provar que não têm envolvimento com o assassinato do jovem boliviano Kevin Espada. Eles pedem justiça e afirmam que foram detidos somente por serem brasileiros.
“Estamos mal, esperamos justiça. Somos inocentes, somos inocentes”, repetia o torcedor Thiago Aurélio dos Santos, coberto pelas cores do Corinthians. “Nos prenderam por sermos brasileiros”, disse Tadeu Macedo.
O cárcere a 3700 m acima do nível do mar, com um clima frio e seco, abriga presos comuns que convivem com os 12 brasileiros acusados pela morte do boliviano Kevin, atingido por um sinalizador no olho na partida entre San José e Corinthians pela Copa Libertadores.
Seis dos 12 torcedores presos concederam entrevista à AFP em uma antessala da cadeia. Dois policiais vigiavam a reunião e acompanhavam com atenção a entrevista com os associados da facção corintiana Gaviões da Fiel que falavam em ‘portunhol’. Thiago, Tadeu e seus companheiros Reginaldo Coelho, Hugo Nonato, Marco Aurélio Nefeire e Fábio Domingos vestiam shorts curtos e chinelos.
Tadeu tentou defender o grupo e afirmou que o vídeo divulgado do momento do disparo comprova que eles não são os responsáveis pelo crime. Também lembraram que um menor brasileiro de 17 anos confessou ser o autor do disparo. A polícia boliviana desprezou esse depoimento dado no Brasil.
“Não há necessidade de ter 12 pessoas para cometer este feito, não são necessárias 12 pessoas para disparar. Pode haver um autor e um cúmplice”, insistiu.
Nonato cruzava as mãos como se estivesse fazendo uma oração. Estava calado e parecia estar prestes a cair em lágrimas. Nefeire também interviu na entrevista. "Queremos voltar ao Brasil como inocentes, e não culpados. Lá estão nossos filhos, esposas, pais e primos”, afirmou.
A promotora que investiga o caso, Abigaíl Saba, disse que o processo caminha de forma rápida. “Estamos em um processo de investigação. A lei assinala um período de seis meses, mas estamos agindo rapidamente”, disse ela, antes de completar. “Os 12 são, por hora, suspeitos”.
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A entrevista foi precedida por um gesto de solidariedade de uma pequena colônia brasileira em Oruro com a chegada do almoço. Joana Sequeira, uma brasileira que vive na cidade, levou alimentos para a cadeia. "Eu trago comida típica brasileira: arroz, feijão, frango e salada", disse ele. "Os brasileiros são sempre apoiando", acrescentou.
Saba ainda mostrou à AFP um sinalizador, semelhante ao que foi disparado no jogo, e observou que este e outros artefatos foram apreendidos com os brasileiros Cleuter Barros Barreto e Silva Leandro de Oliveira, acusados de serem os responsáveis pela morte de Kevin. Os outros 10 presos são acusados de serem "cúmplices" no assassinato. A promotora informou ainda que o grupo de brasileiros pode pegar sentenças que variam de cinco a 20 anos de prisão.
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