Topo

Palmeiras sobe o tom de cobrança à CBF por arbitragem melhor e VAR em 2019

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

01/10/2018 04h00

O erro do árbitro Dewson Fernando Freitas, que marcou um pênalti contra o Palmeiras durante a vitória por 3 a 1 sobre o Cruzeiro no último domingo (30) em jogada que aconteceu fora da área, motivou o clube alviverde a subir o tom em conversas que tem tido de forma recorrente com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O presidente Maurício Galiotte vai à entidade nesta segunda-feira (1) para passar a indignação com o que considera falhas seguidas da arbitragem contra o time.

A principal cobrança que Galiotte fará é a de que árbitros de um nível melhor sejam escalados nas partidas que envolvam times candidatos ao título. O Palmeiras assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro pela primeira vez após a rodada do final de semana, e vê com preocupação a possibilidade de novos erros em jogos decisivos. Ao UOL Esporte, a CBF afirmou que analisará o caso de Dewson e não descartou uma punição disciplinar.

Outro ponto que o presidente vai reforçar é o apoio ao uso do VAR (árbitro assistente de vídeo, na sigla em inglês) no Brasileirão de 2019. O recurso não foi usado na competição deste ano após a maioria dos clubes votarem contra, alegando motivos financeiros para não implantar a tecnologia. O Palmeiras foi um dos sete clubes que votou a favor - ao lado de Bahia, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio e Internacional -, e Galiotte tem sido um dos principais defensores do uso do vídeo.

Tem sido comum o Palmeiras se manifestar internamente à CBF, sem estardalhaço, sempre que se sente prejudicado. O último exemplo aconteceu após o jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, contra o mesmo Cruzeiro, em que o árbitro Wagner Reway anulou um gol palmeirense no último lance e não consultou o recurso do vídeo, por ter apitado antes de a jogada terminar. O alviverde fez uma reclamação formal, com material detalhando o erro. O mesmo aconteceu no clássico com o Corinthians em 9 de setembro, quando o clube reclamou de dois pênaltis não marcados.

Desta vez, porém, Galiotte optou por uma estratégia diferente, fazendo um pronunciamento público mais veemente logo após o jogo no Pacaembu. O motivo para a mudança foi a grosseria do erro de Dewson. "Nós tivemos dois campeonatos nesse ano em que o Palmeiras foi prejudicado pela arbitragem em jogos decisivos. Nós estamos agora entrando na fase final do Campeonato Brasileiro. É inadmissível que ocorram erros graves de arbitragem como ocorreu hoje aqui no Pacaembu. Temos sete, oito equipes que brigam pelo título. Nós não podemos ser prejudicados, ninguém pode. Todos têm que ter exatamente o mesmo tratamento", disse.

A temporada, aliás, tem sido de conflitos com o apito. Galiotte está rompido com a Federação Paulista de Futebol (FPF) desde a final do Campeonato Paulista, que o Palmeiras tentou sem sucesso impugnar na Justiça alegando que houve interferência externa na arbitragem a favor do Corinthians. Uma das exigências do presidente palmeirense para retomar relações é que o Estadual do ano que vem faça uso do VAR, além de abrir publicamente o conteúdo da comunicação de áudio da equipe de arbitragem.

Já na CBF, a situação é diferente. Galiotte é aliado político do presidente eleito Rogério Caboclo, que por sua vez é desafeto de Reinaldo Carneiro Bastos, mandatário da FPF.

O Palmeiras volta a campo pelo Brasileirão no próximo sábado (6) para encarar o terceiro colocado São Paulo, no Morumbi. Antes, tem o jogo de volta das quartas de final da Libertadores contra o Colo-Colo, na quarta-feira (3), no Allianz Parque. No jogo de ida, no Chile, o time paulista venceu por 2 a 0.