Em dois anos, Carille muda status e volta ao Corinthians como "salvador"
O técnico Fábio Carille desembarcará na noite deste sábado (15) em São Paulo numa situação completamente oposta à de dois anos atrás, quando foi alçado ao cargo de técnico do Corinthians como quarta opção da diretoria. Depois de conquistar três títulos em 17 meses, entre janeiro de 2017 e maio de 2018, o treinador volta ao clube com status de 'salvador da pátria' depois da campanha irregular da equipe corintiana no último Brasileirão.
Na primeira passagem, tão logo assumiu o cargo de técnico do Corinthians, o ex-auxiliar de Tite e Mano Menezes surpreendeu, deu cara ao time alvinegro e caiu nas graças da torcida. Não à toa corintianos passaram a se organizar para receber Carille no aeroporto de Cumbica - nas primeiras horas da tarde da última sexta-feira, centenas deles já se mostravam ansiosos com o retorno.
Coincidentemente, Carille foi efetivado no cargo de técnico do Corinthians há exatos dois anos, em dezembro de 2016. O nome do treinador foi levado em consideração depois que o clube então comandado por Roberto de Andrade cogitou a contratação de Reinaldo Rueda, Dorival Júnior e Guto Ferreira - a diretoria, na coletiva de apresentação, admitiu interesse apenas em Rueda. Sem sucesso nas buscas, a diretoria decidiu efetivar Carille.
À época, o clube tinha decidido não manter Oswaldo de Oliveira no cargo depois que o time deixou escapar a vaga na Libertadores. Naquele ano, a equipe havia perdido Tite para a seleção brasileira. O cenário foi similar ao atual, com tentativas frustradas (Cristóvão Borges também foi demitido) e campanhas abaixo do esperado no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
Com a alcunha de quarta força, o Corinthians de Carille passou pelo primeiro grande teste e venceu o Campeonato Paulista de 2017, com desempenho excelente diante dos principais rivais do Estado. A boa fase se estendeu até o Brasileirão daquele ano - o time somou 47 pontos em 57 possíveis no primeiro turno e encaminhou o heptacampeonato.
Nem mesmo um desmanche, que resultou nas perdas de Pablo, Arana e Jô, impediu o time alvinegro de conquistar o bi estadual e quebrar um jejum de 35 anos (desde a Democracia Corinthiana, em 1982 e 1983, isso não acontecia). Na final, o Corinthians derrotou o Palmeiras e manteve a hegemonia da equipe sobre o rival, com Carille à frente: o técnico venceu a equipe alviverde seis vezes, com apenas uma derrota.
Sem Carille, que aceitou uma proposta milionária do Al-Wehda, time da Arábia Saudita, o Corinthians passou a enfrentar dificuldades, embora tenha disputado a final da Copa do Brasil. Primeiro, com Osmar Loss. Depois, sob o comando de Jair Ventura. A equipe, que com Carille somou 11 pontos nas seis primeiras rodadas, caiu do 3º lugar para a 13º posição ao fim do Brasileirão - a fuga do rebaixamento só virou realidade na penúltima partida.
Carille volta ao Corinthians com praticamente toda a comissão técnica que seguiu ao lado dele rumo à Arábia Saudita há sete meses. São eles: o auxiliar técnico Leandro da Silva, o preparador físico Walmir Cruz, o observador técnico Mauro da Silva e o analista de desempenho Denis Luup. Nos próximos dias, o grupo irá intensificar o planejamento para 2019. O elenco inicia a pré-temporada no próximo dia 3.
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