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Corinthians abandona loucuras no mercado e passa a "assediar" cariocas

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em entrevista coletiva - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em entrevista coletiva Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

20/12/2018 04h00

Foi-se o tempo em que o Corinthians entrava no mercado da bola para contratações de peso, nos moldes de Ronaldo, Adriano ou Alexandre Pato. Reforços de altas cifras viraram passado, e o clube já não comete mais "loucuras", como gosta de dizer o presidente Andrés Sanchez. O padrão de atuação atual é bem diferente, com esforço concentrado em clubes que passam por dificuldades financeiras.

Este movimento tem sido reforçado desde o início do ano, com quatro reforços vindos do Fluminense: Henrique acertou após ter sido dispensado das Laranjeiras, e Douglas, Richard e Sornoza foram comprados. A legião de ex-tricolores no Parque São Jorge tem razão de existir: o clube carioca vive situação financeira muito delicada, incluindo salários atrasados, o que facilita a saída de jogadores. 

Neste cenário, o Corinthians diagnosticou muito bem suas oportunidades. Como também não tem dinheiro sobrando, o Alvinegro fez da crise do Fluminense o remédio para a sua própria crise. A urgência do Tricolor por receitas derrubou o preço de pelo menos um dos contratados recentemente.

O Vasco da Gama também foi alvo desta estratégia ao perder Mateus Vital em janeiro, mas desta vez parece estar mais empenhado em segurar Leandro Castán. O Corinthians esperava uma rescisão amigável do zagueiro, o que não ocorreu. Por isso, admite que o negócio "não tem dado muito certo".

O novo padrão de negociação está em consonância com a preocupação do Corinthians com a redução de gastos, que transforma "austeridade" em palavra de ordem no clube. É claro que isso influencia a política de contratação, que mira reforços mais modestos e evita novos compromissos de alto custo. Sempre que questionado do assunto, por exemplo, Andrés Sanchez repete que "não tem condições de pagar R$ 700 mil, R$ 800 mil de salário para ninguém". Neste sentido, há preferência por jogadores jovens, versáteis e que tenham "o perfil do clube", como disse Fábio Carille recentemente. O técnico tem tido seus pedidos atendidos pela diretoria e desta forma ganha opções táticas para remontar o elenco em 2019

O Corinthians tem seis reforços certos para o ano que vem. Além das apostas nos atacantes André Luis e Gustavo Mosquito, o lateral direito Michel Macedo vira alternativa a Fagner, enquanto Richard e Sornoza estão cercados de expectativa. Considerado o reforço mais importante, Ramiro chegou de graça devido a uma dívida que o Grêmio tinha com o empresário do meio-campista. 

Na posição em que precisaria investir mais, o Corinthians tem sofrido para encontrar um centroavante. Está mantido o discurso cauteloso quanto a um investimento alto em um camisa 9, ainda que os contratados Roger, Jonathas e Matheus Matias não tenham entregado o que deles se esperava.