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O fim do "complexo de vira-latas"

Na Copa da Suécia, o Brasil finalmente superou o trauma de 1950 e se tornou campeão do mundo. Com um futebol ofensivo, a seleção venceu cinco das seis partidas, marcou 16 gols e sofreu apenas quatro.

Na estréia, contra a Áustria, a seleção não jogou tão bem, mas mesmo assim conseguiu vencer por 3 a 0, com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos. Na segunda rodada, o único empate, um 0 a 0 contra a Inglaterra - o primeiro jogo sem gols da história das Copas.

Arquivo Folha Imagem

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Nasce um rei
O meia Didi foi o grande comandante da seleção brasileira e o melhor jogador da Copa da Suécia. Com passes precisos e jogadas de classe, ele organizava as jogadas para as conclusões dos jogadores de frente.

Mas para superar o trauma da derrota para o Uruguai em 1950, o famoso "Maracanazo", o Brasil precisava de um craque diferenciado. E ele surgiu em 1956, quando um garoto de apenas 15 anos começou a se destacar no Santos.

Menos de dois anos depois, Pelé já brilhava entre os melhores jogadores do futebol brasileiro. Durante o Mundial, ganhou um lugar entre os titulares e, com gols tão maravilhosos quanto decisivos (6 no total), fez a diferença.

Para a terceira partida, contra a forte equipe da União Sovética, o técnico Vicente Feola resolveu mexer no time, colocando os atacantes Garrincha e Pelé. Dois minutos bastaram para mostrar do que essa equipe era capaz.

Uma bola na trave, dois chutes bem defendidos pelo lendário goleiro Yashin e um gol de Vavá. Tudo isso sem a União Soviética conseguir passar do meio de campo. O Brasil pressionou tanto que conseguiu outro gol, aos 31min do segundo tempo, novamente com Vavá.

Contra o País de Gales, nas quartas-de-final, o Brasil teve o seu jogo mais complicado. O sistema defensivo britânico só caiu após uma jogada genial de Pelé, que chapelou um zagueiro na área antes de fazer o seu primeiro gol em Mundiais.

A França, adversária das semifinais, era apontada como uma das melhores seleções da Copa. Tinha um ataque fantástico, comandado pelo artilheiro Just Fontaine. Mas foi o Brasil quem abriu o placar logo no primeiro minuto, com Vavá.

Fontaine empatou em seguida, mas Didi recolocou a seleção brasileira na frente. No segundo tempo, Pelé desequilibrou. Deu um baile na defesa francesa, fez três gols e garantiu a presença brasileira na decisão.

A final foi disputada contra a Suécia, dona da casa. O Brasil entrou em campo com o uniforme azul, já que na véspera havia perdido o sorteio. De amarelo, a Suécia achou o seu primeiro gol logo aos 4min. Quatro minutos depois, Vavá empatou. Aos 32min, novamente Vavá virou o placar.

Melhor em campo, o Brasil continuou infernizando a defesa sueca. Pelé marcou o terceiro gol logo no começo do segundo tempo. Zagalo, aos 23min, fez o quarto gol. Simonsson ainda descontou, mas Pelé fez mais um e deu números finais à partida: 5 a 2.

Emocionados, os brasileiros deram a volta olímpica no gramado e foram aplaudidos pela torcida sueca. Pelé chorava copiosamente. O Brasil inteiro podia, enfim, soltar o grito de campeão.

DATA FASE JOGOS
08/06/1958 Primeira fase
Brasil
3 x 0
Áustria

Brasil

Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Dino Sani, Didi; Joel, Mazzola, Dida, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

Áustria

Szanwald; Halla, Swoboda, Hanappi; Happel, Koller; Horak, Senekowitsch, Buzek, Alfred Körner, Schleger.
Técnico: Karl Argauer

  • Local: Rimnersvallen, em Uddevalla
  • Árbitro: Maurice Guigue (FRA)
  • Assistentes: Jan Bronkhorst (NED) e Albert Dusch (GER)
  • Público: 25.000
  • Gols: Mazzola (BRA) 38min do 1º tempo; Nilton Santos (BRA) 4min, Mazzola (BRA) 44min do 2º tempo (BRA)
11/06/1958 Primeira fase
Brasil
0 x 0
Inglaterra

Brasil

Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Dino Sani, Didi; Joel, Mazzola, Vavá, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

Inglaterra

McDonald; Howe, Banks; Clamp, Wright, Slater; Douglas, Robson, Kevan, Haynes, AŽCourt.
Técnico: Walter Winterbottom

  • Local: Nya Ullevi Stadion, em Gotemburgo
  • Árbitro: Albert Dusch (ALE)
  • Assistentes: Bertil Loeoew (SWE) e Istvan Zsolt (HUN)
  • Público: 30.000
15/06/1958 Primeira fase
Brasil
2 x 0
União Soviética

Brasil

Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Pelé, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

União Soviética

Yashin; Kesarev, Kuznetsov, Voinov; Krijevski, Tsarev; Aleksander Ivanov, Valentin Ivanov, Simonian, Igor Netto, Ilyin.
Técnico: Gavril Katchaline

  • Local: Nya Ullevi Stadion, em Gotemburgo
  • Árbitro: Maurice Guigue (FRA)
  • Assistentes: Birger Nielsen (NOR) e Carl Jorgensen (DEN)
  • Público: 50.000
  • Gols: Vavá (BRA) 3min do 1º tempo; Vavá (BRA) 32min do 2º tempo (BRA)
19/06/1958 Quartas-de-final
Brasil
1 x 0
País de Gales

Brasil

Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Mazzola, Pelé, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

País de Gales

Kelsey; Williams, Hopkins; Sullivan, Mel Charles, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones.
Técnico: Jimmy Murphy

  • Local: Nya Ullevi Stadion, em Gotemburgo
  • Árbitro: Friedrich Seipelt (AUT)
  • Assistentes: Albert Dusch (GER) e Maurice Guigue (FRA)
  • Público: 25.000
  • Gol: Pelé (BRA) 28min do 2º tempo
24/06/1958 Semifinal
Brasil
5 x 2
França

Brasil

Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Pelé, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

França

Abbes; Kaelbel, Lerond; Penverne, Jonquet, Marcel; Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent.
Técnico: Albert Batteaux

  • Local: Raasunda Stadion, em Estocolmo
  • Público: 27.000
  • Árbitro: Benjamin Griffiths (GAL)
  • Assistentes: Raymon Wyssling (SUI) e Reginald Leafe (ING)
  • Gols: Vavá (BRA) 2min, Fontaine (FRA) 9min, Didi (BRA) 39min do 1º tempo; Pelé (BRA) 8min, 19min e 31min, Piantoni (FRA) 38min do 2º tempo
29/06/1958 Final
Suécia
2 x 5
Brasil

Suécia

Karl Svensson; Bergmark, Axbom; Börjesson; Gustavsson, Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm, Skoglund.
Técnico: George Raynor

Brasil

Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Pelé, Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

  • Local: Raasunda Stadion, em Estocolmo
  • Público: 51.800
  • Árbitro: Maurice Guigue (FRA)
  • Assistentes: Albert Dusch (GER) e Juan Gardeazabal (ESP)
  • Gols: Liedholm (SUE) 4min, Vavá (BRA) 9min e 32min do 1º tempo; Pelé (BRA) 10min, Zagallo (BRA) 23min, Simonsson (SUE) 35min, Pelé (BRA) 45min do 2º tempo
 

SELEÇÕES

Goleiros

3. Gilmar
22.08.1930
Santos
1. Castilho
27.04.1927
Fluminense

Laterais

4. Djalma Santos
27.02.1929
Portuguesa
12. Nilton Santos
16.05.1925
Botafogo
14. De Sordi
14.02.1931
São Paulo
16. Oreco
13.06.1932
Corinthians

Zagueiros

13. Mauro
30.08.1930
São Paulo (SP)
2. Bellini
07.06.1930
Vasco
15. Orlando
20.09.1935
Vasco
9. Zózimo
19.06.1932
Bangu

Meias

6. Didi
08.10.1929
Botafogo
5. Dino Sani
23.05.1932
São Paulo
19. Zito
08.08.1932
Santos
8. Moacir
18.05.1936
Flamengo

Atacantes

11. Garrincha
28.10.1933
Botafogo
7. Zagallo
09.08.1931
Botafogo
20. Vavá
12.12.1934
Vasco
22. Pepe
25.02.1935
Santos
10. Pelé
23.10.1940
Santos
17. Joel
23.11.1931
Flamengo
18. Mazzola
24.07.1938
Palmeiras

Técnico

Vicente Feola