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Libertadores - 2019

Grêmio corta regalias de organizadas, mas não vê relação com violência

Grêmio terá que pagar 65% dos prejuízos causados por sócios ligados a uma organizada - Marinho Saldanha/UOL Esporte
Grêmio terá que pagar 65% dos prejuízos causados por sócios ligados a uma organizada Imagem: Marinho Saldanha/UOL Esporte

Carmelito Bifano

Do UOL, em Porto Alegre

07/03/2013 06h08

Desde que a direção comandada por Fábio Koff assumiu o Grêmio, todos os privilégios que as torcidas organizadas do clube tinham foram cortados. Desde janeiro não ocorrem mais a distribuição de ingressos, os incentivos financeiros para as viagens e as sedes no estádio Olímpico foram fechadas. Apesar das atitudes, as confusões de uma minoria violenta ainda não diminuíram. Os dirigentes aguardam uma migração total do clube para a Arena para tomar novas providências.

“Cortamos todos os tipos de regalias. Eles não recebem absolutamente nada. [...] O planejamento é cadastrar todo mundo e ter um plano especial para a Geral. Enquanto o Grêmio não tiver a migração total para a Arena, não conseguiremos operacionalizar esse projeto. Além disso, a cada jogo tem uma briga, uma depredação de patrimônio e esses episódios estão atrapalhando a nossa relação”, revelou Nestor Hein, integrante do Conselho de Administração e responsável pela relação com as torcidas ao UOL Esporte.

Em três, dos quatro jogos realizados na Arena desde a inauguração, ocorreram problemas dentro ou fora do estádio. Na estreia contra o Hamburgo, o mundo inteiro assistiu as imagens de um integrante de uma torcida que não é cadastrada nos órgãos de segurança do Rio Grande do Sul, a Geral, acertando um bumbo na cabeça de outro aficionado. No primeiro compromisso da Libertadores, contra a LDU, além da queda da divisória após a avalanche de comemoração do gol da vitória, duas facções que eram da mesma torcida, mas se separaram por questões econômicas, se enfrentaram no pátio.

Com o problema estrutural contra os equatorianos, a Conmebol puniu o Grêmio proibindo novas avalanches e os órgãos de segurança passaram a exigir cadeiras no local. Fato que desagradou os torcedores da Geral. Em represália a Arena Porto Alegrense e ao clube, destruíram cadeiras no setor onde foram colocados na partida contra o Caracas, na última terça-feira. Na saída, voltaram a brigar no entorno do novo estádio. A direção gremista acredita que não foi o corte nas regalias que fizeram os episódios de violências aumentarem.

TORCEDOR FEZ PROTESTO SOLITÁRIO EM TREINO DO GRÊMIO NO OLÍMPICO

O torcedor Antônio Conceição, de 63 anos, foi ao Olímpico na segunda-feira não somente para assistir o treinamento do time titular para a partida contra o Caracas. Mas munido de um cartaz feito pelo próprio, a ideia também foi protestar contra a colocação de cadeiras no espaço destinado a Geral na Arena. LEIA MAIS

“Eu acho que a nossa atitude tem gerado menos brigas e confusões. Veja bem, no passado, quando essa prática era mais generalizada, como, por exemplo, na inauguração da Arena, existia uma tremenda regalia para uma torcida e jogaram um bumbo na cabeça de outro torcedor do Grêmio. Esperamos, com isso, fazer uma depuração no Grêmio. O que realmente queremos é que aqueles que compareçam ao estádio vão lá para torcer e não para criar este tipo de problema”, afirmou Hein.

Os prejuízos do jogo contra o Caracas, na última terça-feira, serão divididos entre o Grêmio e a Arena Porto Alegrense. O clube pagará o valor referente a 65% dos estragos e o restante ficará a cargo da empresa que administra o estádio. O próximo compromisso no local deve ser contra o Lajeadense, no primeiro jogo do segundo turno do Gauchão, no dia 16, às 18h30.