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Nova diretoria do Fla chega ao poder com sócio de Eike Batista e 'call center' de Zico

Flávio Godinho (D), sócio de Eike, e Zico levaram Bandeira (C) ao poder no Flamengo - Fernando Azevedo/Fla Imagem/Divulgação
Flávio Godinho (D), sócio de Eike, e Zico levaram Bandeira (C) ao poder no Flamengo Imagem: Fernando Azevedo/Fla Imagem/Divulgação

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/12/2012 06h10

Após dois meses de muita campanha e uma virada nas pesquisas na reta final do período eleitoral, a Chapa Azul venceu o pleito da última segunda-feira e comandará o Flamengo entre 2013 e 2015. E o grupo não chegou ao poder por acaso. Além da intensa campanha nas redes sociais, o novo presidente, Eduardo Bandeira de Mello, contou com o apoio de um sócio do bilionário Eike Batista, além de um árduo trabalho de "call center" capitaneado pelo ídolo rubro-negro Zico.

O maior jogador da história do clube pegou o próprio telefone e fez questão de ligar para inúmeros associados pedindo voto para a chapa que apoiou durante todo o processo. Zico falava com algumas lideranças políticas da Gávea, ligava para outras e tentava explicar a importância de uma mudança radical no clube, o que acabou sendo sacramentado após a votação da última segunda.

Há pouco mais de uma semana do pleito, Zico trocou o telefone pelo e-mail para uma das cartadas decisivas na campanha. Com o equilíbrio nas pesquisas de intenções de voto, a chapa de Bandeira de Mello precisava de uma composição com outro grupo. O eterno camisa 10 enviou uma carta eletrônica para o então candidato Ronaldo Gomlewsky e resolveu o problema.

"Não tinha como negar um pedido do meu maior ídolo. Eu cheguei a chorar quando vi o e-mail. E consegui ver o quão engajado ele estava na campanha. Era hora de mudar de lado e fazer a diferença", lembrou Ronaldo.

E se Zico fazia a diferença por um lado, Flávio Godinho ajudava do outro. O sócio da empresa EBX e amigo de Eike Batista foi um dos grandes articuladores políticos da campanha e será, inclusive, o homem forte da diretoria para o comando do departamento de futebol.

Mesmo negando qualquer influência do bilionário na corrida eleitoral, o grupo que comandará o Flamengo nos próximos três anos sabe que essa ligação pode ser decisiva durante a gestão.

Com a proibição de clubes no processo de licitação do Maracanã, a nova diretoria aposta no bom relacionamento do grupo com Eike, que já anunciou que participará da briga pelo controle do principal estádio brasileiro, para ter novamente uma casa.

A intenção do novo presidente, Eduardo Bandeira de Mello, e seus correligionários é fazer com que o Flamengo firme uma parceria com a empresa de Batista para atuar no novamente no palco de inúmeras conquistas do clube.

Eike é "parceiro antigo" do Fla

A relação de Eike Batista com o Flamengo não chega a ser novidade. Em janeiro deste ano, o clube acertou a concessão do prédio da sede do Morro da Viúva, na zona sul do Rio de Janeiro, para a EBX por 25 anos em troca do perdão de um dívida de R$ 16 milhões em IPTU. O clube ainda fechou o recebimento de mais R$ 17,6 milhões pelo acordo e 2,63% do faturamento do hotel que o empresário está construindo no local.