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Boicote à concentração no Botafogo 'acaba' após interdição do Engenhão

Apesar de aceito pela diretoria, o fim da concentração esbarrou na falta do Engenhão - Fabio Castro/AGIF
Apesar de aceito pela diretoria, o fim da concentração esbarrou na falta do Engenhão Imagem: Fabio Castro/AGIF

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/05/2013 06h01

O boicote à concentração imposto pelos jogadores do Botafogo como forma de protesto pelos atrasos salariais acabou atrapalhado pela interdição do Engenhão, feita pela Prefeitura no final de março. A negociação com a diretoria permitiu que o elenco ficasse fora do esquema tradicional em dias de jogos no Rio de Janeiro, mas, sem seu estádio, o Alvinegro tem atuado muito pouco na capital carioca.

Coincidentemente, a atitude dos atletas foi tomada dias antes da interdição. Por isso, o time não concentrou apenas em dias de jogos em estádios no Rio de Janeiro, como São Januário e Moça Bonita, o que aconteceu apenas três vezes neste período. Atualmente, o clube tem mandado a maioria de suas partidas no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A necessidade de atuar fora da cidade faz com que a equipe tenha que ficar hospedada em hotéis ou em Centros de Treinamento, como o de Pinheiral. Nestes casos, o time fica enclausurado por mais tempo do que em uma concentração tradicional. 

Na situação mais comum (jogos em Volta Redonda), portanto, os jogadores têm concentrado em Pinheiral dias antes de cada confronto. Em partidas disputadas no Engenhão, o time se apresentava na noite anterior aos compromissos, em General Severiano.

O boicote começou como forma de protesto por conta dos salários atrasados no clube. O time não concentrou antes da vitória por 2 a 1 sobre o Madureira, pela 2ª rodada da Taça Rio, disputada em Moça Bonita. Na ocasião, o elenco se apresentou apenas para o almoço antes da partida, no dia 24 de março.

O bom desempenho no Carioca, apesar do fim da concentração, fez com que a diretoria alvinegra visse a mudança como positiva. Desde o jogo com o Nova Iguaçu, pela Taça Rio, o elenco já tem o direito de negociar a necessidade do esquema a cada compromisso disputado na capital carioca, mesmo em épocas sem atrasos salariais.

A manutenção do nível de seu futebol independente do regime de concentração chegou a ser elogiado publicamente pelo técnico Oswaldo de Oliveira. Desde que adotou essa opção, o time emplacou 100% de aproveitamento no Carioca. Nas duas únicas partidas em que não venceu após a mudança, o time concentrou normalmente: nos empates por 0 a 0 com Sobradinho e CRB pela Copa do Brasil, ambos fora de casa.

KIKO VISITA SALA DE TROFÉUS DO BOTAFOGO EM GENERAL SEVERIANO