Técnico do Flu adota postura crítica ao Carioca e coleciona 'cornetadas'
O clima não tem andado bom entre o técnico Abel Braga e a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em 2013. Desde o começo do ano, o treinador do Fluminense tem se mostrado insatisfeito com o calendário do Carioca, além de ter feito fortes críticas ao regulamento da competição.
O treinador desabafou em algumas oportunidades contra a organização do torneio, o que gerou algumas frases de efeito. Para o comandante tricolor, por exemplo, o tempo para preparar sua equipe para a temporada é muito curto. Num dos comentários sobre o assunto, no início do ano, Abel Braga disse que o tinha vontade de fantasiar seus jogadores de baiana.
"E ano que vem [2014] vai ser ainda pior. Tem que dar um troféu para quem organiza isso", disse Abel Braga. "O Brasileiro acaba no início de dezembro e o Carioca já começa no dia 8 de janeiro. Como vamos fazer? E as férias dos jogadores? Dá vontade de fantasiar todo mundo de baiana porque isso está um carnaval. É impressionante, o único país que não consegue se organizar para sediar uma Copa", completou.
Antes da semifinal da Taça Guanabara, o comandante atacou a maior novidade do regulamento deste ano: a vantagem do empate para os melhores colocados de cada grupo. Na ocasião, o técnico protestou por ver o Fluminense, com mais pontos na 1ª fase que o Vasco, em desvantagem com relação ao rival na semifinal da competição.
“Fazer o quê? Não sou eu que faço o regulamento. Tenho apenas que cumpri-lo. Essa é uma novidade que se tentou implantar, mas as coisas poderiam ser diferentes. Independentemente de ser o primeiro ou não, por que quem faz mais pontos não é beneficiado? Meu grupo é muito mais forte do que o outro. Vou enfrentar o primeiro do Grupo A, que pode ter feito menos pontos do que o meu time e terá a vantagem do empate. Explica, malandro... Pergunta a Freud. Talvez ele entenda”, disse o treinador, em mais um de seus desabafos.
Mas as “cornetadas” de Abel tiveram mesmo como foco principal o calendário do futebol carioca. Não só em relação ao pouco tempo, mas também por conta da falta de vantagens para as equipes que disputam a Libertadores, no caso deste ano, apenas o Tricolor.
"Se o Fluminense estivesse jogando com uma equipe pequena, creio o que teríamos que aceitar essa falta de coerência, que o clássico teria mais apelo no domingo. Ai é correto, a TV paga o atrativo é maior. Mas sendo dois clássicos, no meu modo de pensar não deveria acontecer [do Fluminense jogar no sábado]. Você joga um ano para tentar ficar entre os quatro primeiros do Brasileirão, depois está na Libertadores e não tem nenhum tipo de benefício para isso. Como se você não estivesse representando o Estado", criticou o treinador.
O Fluminense encara o Volta Redonda às 16h deste domingo, no Raulino de Oliveira, por uma vaga na decisão. O Tricolor pode empatar que avança na competição. O local do confronto, no entanto foi motivo para a mais recente das “cornetadas” do técnico.
“Como se eu não tivesse liberdade de expressão de falar o que penso. A vantagem ai não favorece. Poderíamos jogar em São Januário que é um campo neutro. Não temos casa e São Januário tem um gramado bem superior”, encerrou o comandante, lembrando que o adversário joga em casa na semifinal.
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