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Jones crítica UFC por ter permitido que Belfort lutasse dopado contra ele

Do UOL, em São Paulo

24/11/2015 13h50

O ex-campeão meio-pesado do UFC, Jon Jones, finalmente quebrou o silêncio sobre questões polêmicas que envolveram seu nome nos últimos meses. Em entrevista ao site MMA Fighting, o lutador comentou sobre a luta contra Vitor Belfort, em que o brasileiro teria lutado dopado, além do acidente de carro em Albuquerque, no Novo México, quando acabou fugindo após a batida, temendo por sua carreira.

Jones, que se programa para voltar ao UFC após ter sido afastado, não poupou a organização e a Comissão Atlética de Nevada por terem permitido que ele enfrentasse Vitor Belfort com índices de testosterona elevados.

“Vitor Belfort estava usando esteroides quando lutei contra ele. O UFC estava ciente sobre isso muito antes da luta. Eles não fizeram nada para penaliza-lo. Eles deixaram a luta acontecer sabendo que eu iria enfrentar um cara dopado, o que é um perigo para minha vida. O que você faria? Eu ainda não havia comentado sobre eles, mas os fãs sabem. O poder do UFC e desta Comissão Atlética... em alguns casos algo precisa ser feito a respeito disso. É preciso que saibam que eles me colocaram lá dentro contra ele, mesmo sabendo que ele estava usando algo, e isso é como um tapa na cara”, salientou Jones, antes de acrescentar.

“Na idade dele e no ponto em que ele está da carreira, eu me lembro de ter olhado para o abdômen dele durante a pesagem e eu pensei: ‘cara, eu sou vários anos mais novo que você e você parece mais fino do que eu’. E eu sabia que tinha treinado muito duro para aquela luta”, avaliou Jones, que ainda criticou a Comissão Atlética de Nevada por ter permitido que o duelo acontecesse.

Acidente de trânsito e problemas com a justiça

No dia 26 de abril, Jones foi acusado de passar por um semáforo fechado e provocar um acidente que envolveu outros dois veículos. O lutador deixou a pé a cena da batida, na qual uma mulher grávida ficou ferida. No local, policiais encontraram uma pequena quantidade de maconha.

Na entrevista, Jones afirmou que estava voltando de uma festa com “muita bebida envolvida”. Dormiu no local e acordou na manhã seguinte para ir embora.

“Ainda estava muito cansado. Entrei no carro e parei em um sinal vermelho. Lembro de música, de mandar mensagem no meu celular. O sinal ficou verde, e eu achei que era do meu sinal, mas era da via que cruzava. Aí, entrei no tráfego”, justificou o lutador.

“Tudo aconteceu muito rápido. Sabia que tinha feito besteira. Comecei a pensar se tinha alguém machucado. Eu pensei: ‘estou fora de casa desde ontem, ainda estou com o cheiro de ontem, preciso ir embora. Isso vai virar uma bagunça’. Fiquei com medo, me apavorei”, completou.

Na entrevista, Jones disse que não sabia que um dos envolvidos no acidente era Vanessa Sonnenberg, uma mulher grávida – o que só soube mais tarde, ao conversar com sua esposa. “Isso me assustou”, disse. “Eu não sabia como o bebê estaria, quanto tempo de gravidez ela tinha. Eu estava péssimo”, completou.

Ao deixar o local da batida, Jones foi buscado por um amigo, que o levou a um hotel. Lá passou a noite e só voltou para casa na tarde do dia 27. No mesmo dia, apresentou-se ao Departamento de Polícia de Albuquerque. Inclusive, foi levado a uma cela.

“Fiquei em uma cela, talvez por duas horas. Foi terrível”, disse o lutador, que ficou isolado no local e assegura ter sido bem tratado pelos policiais. “Me trataram com respeito. Tudo que fiz foi responder ‘sim, senhor‘ e ‘não, senhor’. Fiz o que todo mundo tem que fazer”, declarou.

À noite, Jones pagou fiança e deixou a delegacia no mesmo dia. Acabou suspenso do UFC em maio. O presidente da entidade, Dana White, chegou a dizer que Jon Jones não teria outra chance – um mês depois, porém, afirmou que o norte-americano lutaria pelo cinturão assim que voltasse. Em setembro, a Justiça colocou o lutador em liberdade condicional por 18 meses.

Ainda sem data para lutar, Jones garante que estará pronto para subir novamente ao octógono quando tiver a chance. “Estou pronto para voltar. Sou jovem”, disse o lutador de 28 anos. “Ver os principais lutadores do mundo e não estar competindo é triste”, completou.