O Comitê Olímpico Internacional (COI) garantiu nesta terça-feira que irá investigar o caso de Tim Montgomery, que confessou que correu os 4x100m das Olimpíadas de Sydney, em 2000, dopado. O norte-americano conquistou a medalha de ouro na prova. Caso os norte-americanos sofram punição, o Brasil, vice-campeão da prova, herdaria o ouro, que seria o primeiro do país naquela Olimpíada.

O atleta, de 33 anos, fez a confissão em entrevista ao canal HBO. "Tenho uma medalha de ouro que não foi obtida com meu talento", admitiu o ex-atleta. "Não estou aqui para desmerecer as glórias alheias, só as minhas. E devo pedir desculpas aos meus colegas de revezamento pelo que ocorreu". As declarações de Montgomery ainda serão veiculadas.

Emmanuelle Moreau, porta-voz do COI, disse que a entidade irá investigar o assunto de forma específica. "Já em 2004, o COI criou uma comissão disciplinar, com o objetivo de investigar o modo como o caso poderia ter afetado as disputas dos Jogos Olímpicos".

Moreau também declarou que o COI apóia o apelo do Comitê Olímpico dos EUA para que as medalhas sejam devolvidas de forma voluntária. "Nós apoiamos essa decisão, que solicita que o atleta devolva a sua medalha voluntariamente", completou.

Este foi somente mais um capítulo do casos de doping dos EUA nas Olimpíadas de Sydney. O COI já havia tentado tirar a medalha de ouro de toda a equipe de revezamento norte-americano nos 4x400m, após a confirmação de doping do velocista Jerome Young.

A decisão não foi confirmada, porque o Tribunal Arbitral do Desporto decidiu que o restante do revezamento não deveria ser desqualificado. No entanto, toda a equipe teve que desistir de suas medalhas após a confissão de Antonio Pettigrew, que admitiu ter feito uso de doping.

A confissão de Tim Montgomery pode resultar na sétima cassação de medalha dos EUA no atletismo da edição de 2000 dos Jogos Olímpicos. Nunca antes, um país havia perdido tantas premiações por causa de doping em uma mesma modalidade na competição.