Eles são tímidos fora das pistas e pouco falam. Mas sairão do Brasil em 3 de janeiro com os troféus da São Silvestre nas mãos. O queniano James Kipsang e a etíope Yimer Wude Ayalew venceram nesta quarta-feira a 84ª edição da tradicional prova paulistana, e comprovaram o domínio do continente no evento.
Os dois assumiram a liderança na segunda metade do percurso e não foram mais ameaçados. Nem a temível subida da avenida Brigadeiro Luís Antônio foi capaz de parar a dupla. Com a mesma postura introvertida de antes da corrida, os dois agradeceram o público e celebraram o triunfo.
"Estou muito feliz. É um resultado muito bom para a minha carreira. O Brasil me trouxe sorte", disse Yimer, que tem poucos resultados expressivos internacionais e ficou conhecida por vencer uma corrida em Portugal neste ano, quando superou a queniana Alice Timbilili, vencedora da São Silvestre em 2007.
Um pouco mais extrovertido, Kipsang surpreendeu o compatriota favorito Evans Cheruiyot, campeão da Maratona de Chicago deste ano, e ganhou com 34 segundos de vantagem. "Corri muito bem e me senti bem em toda prova. Nos últimos dois quilômetros, vi que ele se aproximava, mas soube controlar e vencer", explicou.
Para ele, o triunfo foi resultado da dedicação dada à prova nos últimos dois meses. "Venho treinando para esta prova desde novembro e estava preparado. Treino muito, de manhã e de tarde, e isso só mostra que tudo valeu", destacou.
Com a vitória, Kipsang deixou o Quênia como o país com mais vitórias na prova masculina da São Silvestre desde o início da era internacional em 1945. Os quenianos celebraram a 11ª vitória no evento, uma a mais que o Brasil. O grande nome é Paul Tergat, dono de cinco títulos e também o maior vencedor da prova.