Confira todos detalhes da decisão entre turcos e norte-americanos no confronto decisivo em Istambul
Em que pese a invencibilidade da Turquia e a grande participação dos 15 mil torcedores que lotarão a Sinan Erdem Arena, os EUA são favoritos para conquistar um título que vem escapando desde 1994 neste domingo, às 15h30. Esta é a opinião do próprio técnico da Turquia, o sérvio Bogdan Tanjevic, e de um outro técnico, Kestutis Kemzura, da Lituânia.
O duelo dos sonhos dos organizadores do Mundial vai opor dois times que venceram suas oito partidas. E ambos chegam à final com sete vitórias fáceis, incontestáveis, e apenas um jogo em que foram ameaçados de derrota até o último segundo –os EUA, pelo Brasil, na primeira fase, e a Turquia, pela Sérvia, nas semifinais.
A maior arma norte-americana para a decisão do título do Mundial de basquete chama-se Kevin Durant. Aos 21 anos, o ala de braços longos, arremesso suave e enorme capacidade de pontuar está a cinco pontos de se tornar o maior cestinha americano em uma só edição do Mundial. Contra a Lituânia, nas semifinais, ele marcou 38 pontos -17 deles no primeiro quarto, quando o time abriu a vantagem que lhe daria a vitória-, dois dias após afundar a Rússia com 33.
“É difícil para Durant no um contra um. E se você gastar muitos recursos para marcá-lo, eles têm outros grandes jogadores”, diz Kemzura. “Ninguém pode realmente pará-lo. Ninguém”, diz o ala Eric Gordon, melhor arremessador de três pontos da seleção americana.
À parte o cestinha da última temporada da NBA, os EUA têm ainda outras armas. O experiente Lamar Odom, bicampeão da NBA com os Lakers, teve contra a Lituânia sua melhor atuação. O armador Chauncey Billups é especialista em decisões e em acertar arremessos difíceis –conduziu o Detroit Pistons ao título da NBA em 2004 e foi eleito o melhor jogador das finais. Andre Iguodala tem parado o melhor jogador dos times rivais –Linas Kleiza, craque lituano, foi limitado a quatro pontos e quatro erros. Do banco de reservas, vem Russel Westbrook, companheiro de Durant no Oklahoma City Thunder, que traz energia e defesa forte.
“Eles têm a defesa mais agressiva desta competição. Muitos dos nossos sistemas que funcionaram contra os outros oponentes não funcionaram contra eles”, disse Kemzura.
“Eles são favoritos. São grandes atletas. Roubam muitas bolas, fazem contra-ataques. É muito difícil pará-los”, afirma Tanjevic. “Hoje (vitória contra a Sérvia) foi nosso jogo-chave. Contra os EUA, meus jogadores terão uma carga de responsabilidade menor. Se perdermos, seremos os mini-campeões do mundo. Os EUA estão em outra realidade”, afirma.
Talvez, mas a Turquia não pode ser desprezada. Antes de bater a Sérvia apenas no último segundo, o time anfitrião havia vencido todas as suas partidas com tranquilidade. A defesa do time é forte e alterna, com igual sucesso, marcação por zona e individual. A torcida é barulhenta e não para de apoiar o time mesmo em momentos de dificuldade. A equipe possui dois jogadores de NBA no elenco, Hidayet Turkoglu, que disputou a final de 2008/2009 da liga americana com o Orlando Magic, e Ersan Ilyasova, preciso arremessador de três pontos. E, mais do que os EUA, possuem altura: os pivôs Omer Asik (2,14 m) e Semih Erden (2,11m) costumam dominar o garrafão.
Para Kemzura e para Tanjevic, a chave do sucesso contra os EUA é controlar o ritmo da partida. “A defesa é muito ligada ao sucesso do ataque, principalmente no jogo contra eles. Se você atacar bem, será mais fácil defendê-los”, diz Kemzura. “Se controlarmos o tempo do jogo e não deixarmos que eles roubem nossa bola, podemos ter uma chance”, planeja o técnico da Turquia. “Há ainda algumas coisas que eu vou preparar para dificultar a vida deles”.
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas