![]() Jogadoras brasileiras comemoram vitória dramática sobre o Japão |
O Brasil voltou a vencer no Mundial da República Tcheca. Com a vida na competição por um fio, a seleção brasileira de Carlos Colinas voltou a jogar mal, sofreu muito, mas derrotou o Japão por 93 a 91. A heroína da vez foi Érika: 32 pontos, 17 rebotes e um toco a um segundo do final que evitou um arremesso que poderia dar a vitória ao Japão.
![]() Érika pega rebote: japonesas não tiveram chance contra a pivô brasileira. Veja mais fotos |
BRASIL 93 Adrianinha (2), Helen (9), Karen (10), Iziane (24), Damiris (5), Silvia (11), Érika (32). JAPÃO 91 Nagi (4), Takada (0), Mitani (18), Suzuki,(2), Suwa (22), Sakurada (15), Yoshida (7), Oga (23), Ishikawa (0). |
Parte da vitória, também, pode ir para Sílvia. A ala, patinho feio da seleção, brilhou quando ninguém mais esperava pela vitória. No último minuto do tempo normal, o Japão vencia por três pontos. E Sílvia, no estouro do cronômetro, subiu para a bola de três. Entrou e o tempo terminou. Foi a coragem que levou o time para a prorrogação. No tempo extra, mais emoção, mas o Brasil venceu.
O resultado valeu mais um dia de sobrevida para as brasileiras no torneio. Agora, enfrentam a República Tcheca na quarta-feira, às 13h, precisando vencer para ir às oitavas de final. Para se classificarem, precisam bater as donas da casa e ainda torcer contra a Coreia do Sul. O time perdeu para Rússia, nesta terça, e, se vencer o Japão, na quarta, a vitória não pode ser por grande margem de pontos.
Sob o comando de Carlos Colinas, o Brasil segue sofrendo. O time que treinou por três meses para a competição e resgatou lendas do basquete brasileiro, como Helen e Alessandra, não conseguiu jogar em nenhum momento na República Tcheca.
O Brasil de Colinas só funciona com Érika. Gigante dentro do garrafão, ela venceu as japonesas sozinha. Tentou 29 arremessos, acertou 15. Pegou 17 rebotes e ainda deu duas assistências. Sem contar o toco vencedor.
Iziane, a jogadoras que levou às mudanças na seleção pós-Pequim, não fez por merecer toda a comoção que envolveu sua volta à equipe. Foi uma das cestinhas do time e fez duas cestas milagrosas na prorrogação, mas sua seleção de arremessos e defesa fraca trabalharam contra o time.
O jogo contra o Japão foi mais um capítulo do péssimo mundial verde-amarelo. Contra o time mais baixo do Mundial, os arremessos não caíram e a vantagem de altura não foi tão grande. Érika, é verdade, dominou. Foi a cestinha do jogo e a maior reboteira. Mas o Brasil ficou nisso. Defesa ruim, sem nenhuma jogada trabalhada, arremessos de fora sempre amassando o aro. Longe de ser um time forte, o Japão dominou o jogo. Arremessos de três certeiros, infiltrações com facilidade.
A seleção brasileira só conseguiu jogar no fim do terceiro quarto, quando reverteu uma vantagem de 12 pontos nipônica para liderar o placar. Venceu a parcial por 7 pontos, graças a bolas de três de Karen e à luta dentro do garrafão, e fechou um quarto à frente no placar pela primeira vez na partida.
No último quarto, o Japão voltou a virar, com arremessos de longe e dobrando a marcação em Érika. O Brasil chegou a ter cinco pontos atrás a menos de dois minutos do fim, mas reagiu. Ficou três pontos atrás a 13 segundos, mas a bola de três de Sílvia, no fim, empatou o jogo. Na prorrogação, a seleção melhorou um pouco. Helen acertou arremessos de três, a defesa conseguiu parar as japonesas.
Iziane, então, resolveu acertar. Após um rebote de Érika, ela recebeu o passe e tentou a infiltração. Não conseguiu chegar perto da cesta, mas mesmo assim jogou a bola para cima. Caiu. No lance seguinte, perto do estouro dos 24 segundos de posse de bola, ela tentou um arremesso de três marcada. A bola caiu e o Brasil passou à frente do placar, 92 a 90.
Na sequência, Érika deu a vitória. Em uma troca de marcação, acabou marcando Oga, a rápida armadora do Japão. Ela subiu para o arremesso que poderia valer a vitória. Mas Érika saltou, deu o toco. Levou a falta a 1s10. Converteu um arremesso, errou o outro, para gastar o segundo que faltava.
![]() | A Grécia venceu o Canadá por 57 a 52 e está em situação idêntica à brasileira no Mundial feminino. O time está no Grupo E, à frente apenas das canadenses. Fecha sua participação contra Belarus. Se vencer, decide a vaga nos pontos average com as próprias bielorrussas. A cestinha do jogo foi Pelagia Papamichail, com 12 pontos. Estrela do time, Evanthia Maltsi fez apenas 11, bem abaixo de sua média de 18 pontos por partida do Mundial. A cestinha canadense foi Kimberley Smith, com 10 pontos. |
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