Entre tropeços e desmandos da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), os clubes - que criaram a Liga Nacional de Basquete (LNB), agremiação independente da entidade - assumiram neste ano a responsabilidade de organizar a competição nacional, chamada de Novo Basquete Brasil (NBB). Mas o presidente da LNB, Kouros Monadjemi, evita o rótulo de salvador da pátria para o NBB.
Para o cartola, a nova competição chega para colaborar na reconstrução do esporte no país ao lado de outras partes, como a própria CBB. "Queremos dar a oportunidade de surgimento de novos valores, novas estrelas, para que o esporte tenha credibilidade novamente", explicou o mandatário da nova liga de clubes.
Com projetos ambiciosos e muitas idéias trazidas da NBA, como um Jogo das Estrelas, Kouros Monadjemi conversou com a reportagem do
UOL Esporte sobre suas expectativas em relação ao novo torneio, que começa nesta quarta-feira com rodada completa, e sobre a crise que quase tirou o Flamengo da disputa do torneio.
UOL Esporte - Como muitos jogadores, técnicos e cartola vêm dizendo, o NBB pode ser a solução para os problemas do esporte no país?
Kouros Monadjemi - Muita gente está falando que o NBB vai ser a salvação do basquete brasileiro, mas não necessariamente será isso. Queremos apenas fazer a nossa parte na reconstrução do esporte. É a primeira vez que os clubes participam da administração de um torneio. Queremos ajudar a CBB a desenvolver o basquete. Queremos dar a oportunidade de surgimento de novos valores, novas estrelas, para que o esporte tenha credibilidade novamente.
UOL Esporte - A LNB tem algum projeto para trabalhar com categorias de base, tidas como pilar para o desenvolvimento do esporte?
Kouros Monadjemi - A liga visa fortalecer os clubes para que eles possam realizar o trabalho de base em seus estados. Também temos projetos de ajudar a CBB na seleção de atletas de base. Mas a nossa função principal é criar um campeonato de ponta.
UOL Esporte - Após essa primeira edição, o NBB tem algum projeto de ampliação em curto prazo?
Kouros Monadjemi - Temos a intenção de ampliar a competição já para a próxima temporada, que a segunda edição comece em outubro de 2009 e dure nove meses, indo até 2010. Esse ano temos 15 times e a idéia é que cheguemos a 20 para fazermos um campeonato ainda mais atrativo para o público.
UOL Esporte - Como funcionará o Jogo da Estrelas, marcado para a virada de turno?
Kouros Monadjemi - Com o Jogo das Estrelas queremos criar um espetáculo, assim como é o All-Star Game da NBA. Ainda não definimos o formato exato e o local, mas queremos fazer disputa de arremessos de três, torneio de enterradas, gincanas de habilidade, assim como acontece nos Estados Unidos.
UOL Esporte - Como foi encarada a possibilidade de o Flamengo ficar de fora da competição por conta de atraso nos salários dos jogadores?
Kouros Monadjemi - Fiquei preocupado, pois é um grande nome da disputa, é o último campeão nacional e um time fortíssimo. Eles têm patrocínio, mas o que ocorreu foi um problema momentâneo de gestão. Em termos de equipe, ninguém gostaria de perder um clube como o Flamengo. Respiramos aliviados com a solução desse problema.
UOL Esporte - E existe algum plano para o caso de algum outro clube pensar em abandonar o torneio por conta da atual crise econômica?
Kouros Monadjemi - A crise vai continuar em 2009 e pode nos perturbar um pouco. As equipes que estão nessa edição já têm seus patrocínios, mas a liga veio para unir os clubes e tentar assumir a gestão de certos custos, além de melhorar a condição dos times na hora de buscar novos parceiros. Com o tempo, também criaremos formas mais atrativas de diminuir o custo com transporte e arbitragem, por exemplo.