Principal competição entre clubes do basquete europeu, a Euroliga dá início a sua fase regular nesta quinta-feira com as atenções voltadas para os times espanhóis. Após comprarem briga com a Liga ACB para participarem do torneio continental, as equipes do país investiram pesado para tentar recuperar seu prestígio e encerrar um jejum de títulos.

O novo formato da Euroliga, em que treze equipes foram pré-classificadas para o torneio, revoltou a Liga ACB, que saiu em defesa dos "pequenos" e proibiu a participação de times espanhóis no torneio continental. Beneficiados pela nova regra, os principais clubes do país "peitaram" a entidade nacional e participarão normalmente da competição.

Atual campeã mundial e europeia de seleções, a Espanha é a segunda maior vencedora da história da Euroliga, com 10 títulos - atrás apenas da Itália, com 13. O país, porém, não comemora um título continental desde 2003, quando o Barcelona se sagrou campeão. Desde então, os espanhóis estiveram presentes em outros cinco Final Fours, mas saíram sem o troféu.

Para encerrar esse jejum de títulos, as equipes espanholas apostaram em grandes estrelas do basquete europeu. Seguindo o conceito aplicado no futebol, a diretoria do Real Madrid apresentou os 'galácticos', ao repatriar o ala espanhol Jorge Garbajosa e contratar os lituanos Darjus Lavrinovic e Rimantas Kaukenas, além do norte-americano Travis Hansen e do sérvio Novica Velickovic.

Para "controlar" sua nova constelação, o clube merengue apostou na contratação do técnico Ettore Messina, quatro vezes campeão da Euroliga. "Se o Real não conquistar títulos neste ano, isso será considerado uma falha pelos torcedores", comentou o treinador. O time madridista é o maior campeão europeu, com oito títulos continentais - o último conquistado em 1995.

Mas a principal contratação da temporada europeia foi feita pelo Barcelona. Em busca de seu segundo título da Euroliga, o time catalão venceu a disputa contra seu principal rival e desembolsou 3,5 milhões de euros para contratar o jovem armador Ricky Rubio, de 18 anos - maior transação da história do basquete espanhol.

"Estou muito feliz em assinar com um dos melhores times da Europa. "Cheguei aqui para conquistar títulos. Quero buscar os títulos da Liga Espanhola e da Euroliga", disse Rubio, em sua chegada ao Barcelona.

Com investimentos mais modestos que seus compatriotas, o Caja Laboral (antigo Tau Cerámica) aposta em dois brasileiros para rivalizar com os demais times espanhóis. Considerado um dos melhores jogadores da Europa, Tiago Splitter recebeu a companhia do armador Marcelinho Huestas, que retorna ao basquete espanhol - onde foi eleito o MVP da temporada 2007/08 - após um ano frustrante na Itália.

"Esta camisa tem um peso importante. Estou em um momento de maior maturidade na minha carreira e isso será importante na temporada", disse Huertas. "Este é um desafio grande na minha carreira, pois o Caja Laboral luta sempre para estar na ponta, não só na Espanha, como também na Europa, e sei que a responsabilidade de mantê-lo na disputa de títulos é enorme".

Além dos dois brasileiros, o Caja Laboral ainda contará com o argentino Walter Hermann. Após duas temporadas na NBA, onde defendeu o Charlotte Bobcats e o Detroit Pistons, o ala também volta à Espanha, onde foi escolhido o melhor jogador da temporada 2002/03 quando atuava no Unicaja Málaga.

Rodízio de títulos

Os pesados investimentos da Espanha visam acabar com uma recente hegemonia no basquete europeu. Desde 2004, Panathinaikos, CSKA Moscou e Maccabi Tel-Aviv monopolizaram o título da Euroliga, com duas conquista para cada.

Atual campeão e dono de cinco títulos, o Panathinaikos manteve a base vencedora do ano passado. Após decepcionar e ficar de fora do último Final Four, o CSKA passou por grande reformulação com a saída do técnico Ettore Messina. Já o Maccabi quer se recuperar da temporada passada, quando caiu na segunda fase.