Topo

Entre os últimos, brasileiros do cross country viram foco da mídia gringa

Bruno Freitas

Do UOL, em Sochi (Rússia)

11/02/2014 11h36

Eles não estão na Olimpíada de Inverno para disputar medalhas, mas nesta terça-feira estiveram entre os atletas mais procurados após a bateria eliminatórias do cross country. Jaqueline Mourão e Leandro Ribela comemoraram resultados individuais significativos após serem eliminados na primeira rodada e em seguida contaram sobre suas respectivas histórias no esporte a jornalistas de outros países.

Depois de estrear em Sochi no biatlo no último domingo, Jaqueline Mourão foi a 65ª de 67 atletas nas eliminatórias do cross country, com tempo de 3min02s83, à frente apenas de adversárias de Hungria e Turquia.

Durante sua performance no complexo de Laura, Jaqueline foi apresentada pelo locutor da sede como uma atleta de cinco Olimpíadas, com duas edições de verão (no mountain bike) e outras três de inverno. Na transmissão oficial de TV, seu trajeto foi exibido praticamente de ponta a ponta.

"É muito legal esse reconhecimento profissional. O locutor falou que eu estava na minha quinta Olimpíada. A gente parte de longe, de um país sem neve. E eu que só vi neve pela primeira vez aos 25 anos, só comecei a esquiar com 27. É legal que eles apreciem isso. Não é uma coisa para ficar chorando, mas a gente tenta dar o máximo de representatividade ao nosso país", declarou a atleta após a prova.

"A TV mostrou a prova da Jaqueline inteira, só não pegou o ponto cego", comemorou Stefano Arnhold, presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Neve.

Com a missão cumprida sobre a neve, Jaqueline atendeu imprensa de Canadá e Suécia. O jornalista Mats Brastedt foi destacado para a prova por um jornal de Estocolmo justamente para retratar atletas de países sem tradição em esportes de inverno e escolheu a brasileira como sua personagem.

Na disputa masculina de sprint, Leandro Ribela terminou em 80º lugar entre 85 competidores, com o tempo de 4min21s12 na bateria eliminatória. O brasileiro ficou à frente do chileno Yonathan Fernandez, que se chocou de frente em uma curva. Assim, o atleta de São Paulo foi a Sochi como melhor latino-americano na prova e volta para casa com a mesma condição.

Jornalistas estrangeiros também procuraram informações sobre a carreira de Ribela no cross country e ficaram curiosos sobre a atuação do brasileiro em um projeto social com jovens carentes em São Paulo, em atividade que usa o esqui como instrumento de inclusão.