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Bobsled do Brasil diz que "ninguém quer perder da gente" e promete ousadia

Bruno Freitas

Do UOL, em Sochi (Rússia)

17/02/2014 12h10

Eles não figuram na lista de favoritos, mas querem correr por fora (melhor, deslizar por fora) para serem a grande surpresa da disputa do bobsled de quatro homens em Sochi. Os homens de azul do Brasil propagam a estratégia de agressividade desde a primeira descida na pista olímpica de Sanki Slidind Center, a partir de sábado.

O quarteto reunido pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo foi reunido há cerca de um ano e batalhou na reta final antes da Olimpíada para subir no ranking e conquistar a vaga, abdicando de empregos regulares no país. Assim, o time parte como azarão da disputa em Sochi, mas fala em sonho real por uma inédita posição entre os 20 melhores do mundo.

"O objetivo é chegar entre os 20. Não temos a pressão por medalhar, somos uma surpresa. Mas em um ano saímos de último lugar para estar entre os 30 melhores do mundo, que já é uma façanha muito grande. Ninguém quer perder da gente. Vamos dar o máximo possível e fazer uma linha bem agressiva, com a maior velocidade possível", afirma Edson Bindilatti, piloto do time brasileiro.

"A gente quer viver 100% desde a primeira descida, dar o máximo. Não dá para segurar, tem que fazer o melhor nas três descidas. O objetivo é estar entre os 20 melhores para poder fazer a quarta descida", endossa Odirlei Pessoni.

Piloto do trenó, Bindilatti é o atleta mais experiente da equipe, com três aparições em Olimpíadas. Ele esteve em edições anteriores em papéis diferentes: Salt Lake City (2002) como pusher e Turim (2006) como breakman. Agora, após os primeiros contatos com a pista de Sochi, o brasileiro diz ver uma “dirigibilidade” complicada sobre o gelo russo.

"Esta aqui é uma pista delicada, difícil de se pilotar. Você que tem que ter muita atenção e paciência na curva, porque elas são longas. Você sente vontade de sair dela logo, mas tem que esperar o momento certo", analisa.

Além de Bindilatti e Pessoni, a equipe que compete na Rússia conta com Edson Ricardo Martins e Fábio Gonçalves Silva como titulares. O quarteto tem a orientação do técnico Cristiano Paes.

O time brasileiro entra em ação em Sochi no sábado, penúltimo dia da Olimpíada de Inverno, com duas descidas programadas. No dia seguinte tentam a classificação para a bateria final da disputa.  

AGORA CHAMEM ELES DE GELO TROPICAL

Durante o empenho de classificação para Sochi, a equipe de bobsled promoveu através do Facebook uma campanha para batizar o time. O apelido de "Gelo Tropical" acabou escolhido, deixando para trás a alcunha de "Bananas Congeladas", considerada jocosa por parte da comunidade do esporte.

O novo apelido estreia marcado pela cor azul do trenó brasileiro, aposentando o amarelo de Olimpíadas anteriores. O modelo que competirá em Sochi, usado, foi comprado recentemente junto à equipe de Mônaco.