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Rússia tem "Maracanazo" no hóquei, com seleção vaiada e astro deprimido

Do UOL, em São Paulo

19/02/2014 19h34

A seleção masculina da Rússia de hóquei no gelo perdeu, nesta quarta-feira (19), diante de um ginásio lotado em Sochi, uma grande chance de encerrar os tabus de títulos e medalhas olímpicas na modalidade. Mais do que isso, causou comoção na torcida e no próprio time, que mal conseguiu explicar o porquê da derrota por 3 a 1 para a Finlândia, nas quartas de final, no Bolshoi Ice Dome.

O país dominava os Jogos de Inverno nos tempos de União Soviética, perdendo apenas um torneio entre 1964 e 1988. Depois da entrada dos atletas da NHL (a liga norte-americana de hóquei), em 1998, a equipe só conquistou uma prata e um bronze – o terceiro lugar em Salt Lake City-2002 foi o último pódio dos russos em Olimpíadas.

Apesar de outras seleções, como Canadá e Estados Unidos, serem apontadas como favoritas, havia esperança da torcida russa em relação ao time e a Alexander Ovechkin, que atua pelo Washington Capitals na NHL e é frequentemente visto em peças de publicidade relacionadas aos Jogos de Sochi.

Mas a equipe pecou na parte ofensiva e foi derrotada de virada, após Ilya Kovalchuk ter aberto o placar no primeiro período.  O fim do jogo foi marcado pelas vaias da torcida russa, desapontada com a eliminação. Ovechkin, um dos atacantes, fechou o torneio com apenas um gol em cinco jogos.

Questionado pelos jornalistas sobre o porquê da derrota, Ovechkin apenas respondeu: “Não sei. É uma pergunta difícil”. Depois, resumiu: “Tudo que posso dizer é que [a sensação] é muito ruim.” E saiu com pressa da zona mista, sem conversar com os jornalistas estrangeiros da mídia impressa, segundo o jornal americano USA Today.

Além da decepção, Ovechkin foi criticado por seu próprio técnico, Zinetula Bilyaletdinov. “É difícil explicar por que não marcamos, ainda mais com jogadores que normalmente marcam por seus times [profissionais]. Especialmente Ovechkin, que marcou cerca de 40 gols [na temporada atual da NHL]. Não consigo explicar”, disse o treinador.

Para o goleiro Sergey Bobrovsky, uma frase resumiu a sensação dos russos pela derrota: “Sinto um vazio dentro de mim”.

Alheia ao sofrimento russo, a Finlândia agora enfrenta a Suécia na semifinal, nesta sexta-feira (21). No mesmo dia, Estados Unidos e Canadá repetem a final olímpica de Vancouver-2010 (com vitória dos canadenses, na ocasião), desta vez na busca por uma vaga na decisão.

Mascote de Sochi também chora derrota russa

Um dos mascotes dos Jogos de Inverno, o urso ficou na arquibancada minutos após o fim da partida entre Rússia e Finlândia e parecia não entender o que havia acabado de acontecer no Bolshoi Ice Dome.

Brasil fica nos últimos lugares

Três brasileiros competiram nesta terça-feira: Jhonatan Longhi, no esqui alpino, Isadora Williams, na patinação artística, e Fabiana dos Santos e Sally Mayara, no bobsled. O melhor deles foi Longhi, 58º na disputa do slalom gigante, entre 72 atletas que terminaram a competição. Já Isadora ficou na 30ª e última posição no programa curto da patinação, com nota de 40,37 – dez pontos abaixo de seu índice na temporada.

Fabiana e Sally, do bobsled, ficaram na 19ª colocação entre as 19 duplas, com o tempo combinado de 4min01s95, 11s34 mais lento do que as canadenses Kaillie Humphries e Heather Moyse, que ficaram com o ouro. Após a prova, Fabiana desabafou com parte da torcida que critica o desempenho brasileiro no bobsled. “Peço um pouco de respeito para alguns torcedores, tem coisa que não tem nexo. Respeito a opinião de todos e gostaria que respeitassem nosso trabalho”, disse a atleta ao Sportv.

Norueguês vira o maior medalhista da história dos Jogos de Inverno

  • AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV

    Depois de perder a chance de virar o maior medalhista da história dos Jogos de Inverno com o quarto lugar na prova da perseguição de 12,5 km do biatlo, na semana passada, Ole Einar Bjoerndalen conseguiu o feito nesta terça ao conquistar a vitória na prova de revezamento misto com a equipe norueguesa. Foi a 13ª medalha de Bjoerndalen, que deixou para trás o compatriota Bjorn Daehlie, do esqui. O atleta de 40 anos ainda divide o recorde de títulos olímpicos com Daehlie; ambos têm oito medalhas de ouro, no total.