03/11/2010 - 07h00

Massa não esconde frustração com problemas na temporada e baixo rendimento

Rubens Lisboa

Em São Paulo

Felipe Massa atende aos fãs no estande da Ferrari durante o Salão do Automóvel, em São Paulo

Felipe Massa não esconde a decepção com a temporada em que voltou à Fórmula 1 após ter ficado fora da parte final do campeonato no ano passado devido ao acidente sofrido na Hungria. E a situação do brasileiro não é para menos, já que ele foi o único entre os pilotos das três principais equipes que não venceu nenhuma corrida - teve de ceder a vitória a Alonso na Alemanha - e que chega a Interlagos sem nenhuma chance de título.

O problema com o aquecimento dos pneus é o principal motivo apontado pelo piloto brasileiro para o baixo rendimento apresentado na primeira temporada completa após ter disputado o título de 2008 com Lewis Hamilton até a última corrida. Mas a baixa de Felipe Massa vai além, já que ele acumula acidentes, quebras e a preferência da equipe pelo seu companheiro Fernando Alonso.

“Eu imaginava ter um ano melhor do que eu tive, não só do problema que eu tive falando em aquecer o pneu. Muitas vezes o ritmo em corrida era bom, mas em classificação a gente sofreu um pouco mais para aquecer o pneu e fazer o que estou acostumado. É um balanço não positivo, um ano em que esperava ter ido bem melhor do que eu fui, além das vezes em que não consegui chegar por outros motivos” afirma Felipe Massa.

PROBLEMAS DE FELIPE MASSA EM 2010

Bahrein	Brasileiro reclama de problemas com a temperatura do carro que causaram maior consumo de combustível. Ainda assim, chegou em segundo.
China	Alonso joga o carro na frente de Massa na entrada dos boxes, com isso o brasileiro espera a Ferrari trocar os pneus do companheiro
Canadá	Logo na largada Massa tem seu carro espremido entre Liuzzi e Button. Após toque precisa trocar o bico, terminando apenas em 15º
Inglaterra	Em disputa de posição com Alonso, Massa acaba tendo o saldo de um pneu furado e precisa parar nos boxes. Ele terminou a corrida em 15º
Alemanha	Após liderar a corrida, recebe ordem dos boxes da Ferrari para ceder a liderança para o companheiro de equipe Fernando Alonso e fica em 2º
Cingapura	Durante a primeira parte do treino de classificação, carro de Massa tem problemas e ele não consegue registrar volta, largando em último
Japão	Felipe Massa leva fechada de Nico Hulkenberg na largada e acaba batendo em Vitantonio Liuzzi já na primeira curva, tendo de abandonar

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Para piorar sua situação, três péssimos resultados em sequência fizeram com que Massa virasse segundo piloto da Ferrari depois de ter chegado a liderar o campeonato. Sem somar pontos em Montréal, no Canadá, Valência, na Espanha, e Silverstone, na Inglaterra, o brasileiro ficou distante de Alonso e viu a escuderia italiana privilegiar seu companheiro.

Além da vitória entregue ao companheiro na Alemanha, em Hockenheim, Felipe Massa teve problemas em pelo menos seis etapas. O brasileiro teve de economizar combustível no Bahrein devido à temperatura do carro, precisou esperar Alonso fazer pit stop na China após o espanhol jogar o carro na frente na entrada dos boxes, bateu em Liuzzi no Canadá e no Japão, teve pneu furado após toque em Alonso na Inglaterra e seu carro sofreu pane no treino de classificação, em Cingapura.

Mesmo com as quebras e os problemas de acerto do carro, o vice-campeão de 2008 não se queixa do desenvolvimento do carro, que acabou favorecendo Alonso em sua melhor fase, exatamente quando o brasileiro não conseguia se estabilizar com a temperatura dos compostos.

“O desenvolvimento do carro foi exatamente do jeito que eu gostaria, do jeito que eu trabalhei e do jeito que lutei para melhorar no caminho que tinha que melhorar. A única coisa que eu não consegui foi melhorar o pneu, a gente estava acostumado a sair para a primeira volta com o pneu normal e não tendo que inventar coisa para o pneu funcionar, que foi onde eu sofri em classificação principalmente”, explica Massa.

“É um ano difícil para mim, onde eu sofri muito e se não estou na luta pelo campeonato é porque não foi um ano onde eu consegui fazer aquilo que imaginava por vários motivos. Não tenho o que pensar, o Alonso teve um ano melhor, um ano muito mais competitivo e onde o carro melhorou muito também do meio do ano para o final, mas nada do que eu não vi antes”, completa o piloto que está em seu quinto ano na Ferrari.