A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou nesta quinta-feira que a escuderia McLaren não será punida, apesar de ser culpada de possuir documentos confidenciais "roubados" da rival Ferrari.
De acordo com um comunicado da entidade máxima do automobilismo, não há provas suficientes que demonstrem que a McLaren fez uso dos documentos que um de seus funcionários tinha em mãos.
"A punição foi no mesmo nível do crime", se limitou a dizer Ron Dennis, chefe de equipe da McLaren, ao deixar o prédio da FIA, em Paris (França), de acordo com o jornal italiano
Gazzetta dello Sport.
O conselho responsável pelo caso, no entanto, afirmou que se alguma evidência contra a escuderia for levantada no futuro, mostrando que a McLaren usou as informações, ela será chamada para mais esclarecimentos, enfrentando uma punição que pode incluir exclusão do Campeonato Mundial.
"Não havia prova, não se pode fazer mais", disse Luigi Macaluso, representante italiano no Conselho Mundial da FIA.
No comunicado divulgado nesta manhã, a FIA diz que a McLaren é culpada de posse de informações confidenciais da Ferrari e que isso indica a quebra do artigo 151c do Código Internacional do Esporte. Mas continua explicando a ausência de punição.
 Jean Todt também comparece à reunião do Conselho da FIA, realizada em Paris (FRA) |
"No entanto, não há evidências suficientes de que essas informações tenham sido usadas de forma a interferir impropriamente no Campeonato Mundial de Fórmula 1. Mas, se algo for encontrado no futuro, nos reservamos ao direito de convidar a McLaren de volta ao nosso comitê, onde enfrentará uma possível exclusão não apenas do campeonato de 2007, como também de 2008."
A entidade também afirmou que convidará o ex-engenheiro da Ferrari Nigel Stepney e o diretor suspenso da Mclaren Mike Coughlan para explicarem seu comportamento no caso de espionagem.
Um documento de 780 páginas contendo dados técnicos da Ferrari foi encontrado na casa de Coughlan, mas a McLaren alegou que nenhum outro membro da escuderia sabia do vazamento de informações até serem notificados pela própria Ferrari.
"O conselho convidará Stepney e Coughlan para nos mostrar o motivo pelo qual eles não devem ser banidos do automobilismo mundial por um longo período. O conselho deu ao departamento legal da FIA o direito de lidar com essa situação", completava o comunicado.