Pior, impossível para a McLaren. Segundo o site "Autosport", especializado em automobilismo, a escuderia foi excluída das temporadas 2007 e 2008 da Fórmula 1 depois de audiência do Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), nesta quinta-feira, em Paris, na França, para analisar o caso de espionagem que rondava a categoria.
A FIA apontou a equipe de Fernando Alonso e Lewis Hamilton como culpada pelo uso de informações confidenciais da Ferrari, sua principal adversária, para levar proveito no Mundial de 2007. A McLaren ainda pode entrar com recurso sobre a decisão.
A expectativa era de punição, mas branda. Alonso e Hamilton poderiam perder, no máximo, 20 pontos. Ou, ainda, a equipe teria seus pontos retirados do Mundial de Construtores. O risco sobre a exclusão existia, mas era minimizado pelos dirigentes da escuderia.
No entanto, a FIA, em uma das decisões mais rigorosas de sua história, resolveu afastar uma das mais tradicionais escuderias da disputa da F-1.
A nova reunião aconteceu depois que a entidade recebeu novas provas sobre o caso, iniciado em julho. Na última semana, a FIA anunciou que, ao invés de um encontro em seu tribunal, convocaria o conselho para analisar as evidências.
O principal motivo da nova reunião seria uma troca de e-mails entre Alonso e o reserva da McLaren, Pedro de la Rosa. O conteúdo confirmaria a espionagem da McLaren contra a Ferrari.
Além disso, a FIA analisou os dados coletados pelo Tribunal de Modena, na Itália, órgão responsável pelo processo civil que a Ferrari moveu contra a rival.
Entenda o casoA história de espionagem teve início com uma denúncia da Ferrari, que demitiu Nigel Stepney sob a alegação de sabotagem e troca de informações confidenciais. O ex-diretor da escuderia teria entregado a Mike Coughlan, então funcionário da McLaren, um relatório de mais de 500 páginas com dados técnicos de seu time.
Segundo relatório do Tribunal de Modena, a dupla teria trocado uma série de ligações telefônicas, especialmente durante os fins de semana de corrida, um indicativo de troca de informações. Ambos estão sendo julgados em um processo separado.
O primeiro passo que culminou na exclusão foi, na verdade, favorável à McLaren. Em 26 de julho, a FIA isentou a equipe de punições sob a alegação não ter provas suficientes de que o time teria usado tais informações recebidas por Coughlan. Mesmo assim, a entidade deixou o caso em aberto, para a possibilidade de novas provas surgirem.
E foi isso que aconteceu. Antes do GP da Itália, em Monza, dia 9 deste mês, a FIA enviou uma carta a todas as equipes e aos pilotos da McLaren exigindo que quaisquer provas sobre o caso fossem entregues. O risco de não ajudar: "dura punição". Em caso de colaboração, o termo usado foi "anistia".
Nesta quinta, na audiência do Conselho Mundial da FIA decidiu pela exclusão. Nem mesmo o dossiê preparado pela McLaren, no qual acusava Ferrari e Renault de irregularidades, amenizou a situação. Assim, o caso de espionagem culminou no fim da linha para a escuderia parceira da Mercedes.
ErrataFIA ainda não definiu a punição da McLaren