História

Um símbolo da dignidade tricolor

Nos doze anos em que o São Paulo ficou longe do título de campeão paulista, entre 1957 e 1970, costumava-se dizer que qualquer técnico podia dar jeito naquela situação com "dez dias". Ou seja: dez outros jogadores como Roberto Dias, o volante (e, depois, zagueiro) que, ao lado de Jurandir, deu um pouco de dignidade à defesa do clube naqueles tempos difíceis, em que a prioridade era a construção do Estádio do Morumbi.

Com um futebol técnico, frio porém aguerrido, de grande visão de jogo, ele era considerado um marcador duro porém leal. Tanto que foi expulso apenas duas vezes, ambas por reclamação, em dezoito anos de futebol. Dias iniciou a carreira no clube do qual viraria símbolo em 1959, jogando pelos juvenis.

Já no ano seguinte (1960), representava o Brasil no torneio de futebol das Olimpíadas de Roma - marcando, inclusive, duas vezes na goleada por 5 x 0 na Seleção de Formosa. Mas a Seleção Brasileira acabaria eliminada. E Dias seguiu sua vida no São Paulo, em busca de um título que só viria em 1970, quando o estádio estava enfim concluído e o clube resolveu investir em companheiros à sua altura, como Gérson e Toninho Guerreiro.

No ano seguinte (1971), o do bicampeonato tricolor, Dias não jogou todas as partidas. Teve um problema cardíaco diagnosticado que o afastou do futebol por dois anos. Em 1973, recuperado, jogou mais uma temporada pelo clube, completando 592 jogos e 123 gols marcados. Com o passe livre na mão, rodou pelo futebol mexicano e pelos pequenos Ceub, de Brasília, e Dom Bosco, de Cuiabá, onde encerrou a carreira.

Análise técnica

Cabeceio - Bom. Quando atuava como zagueiro, era seguro no jogo aéreo.

Chute

Pé direito - Forte.

Pé esquerdo - Fraco.

Velocidade - Jogava parado.

Habilidade - Foi um dos zagueiros mais técnicos da história do futebol brasileiro.

Posicionamento - Excelente.

Marcação - Eficiente e leal, parava até Pelé.