História

O fã irrevente que virou ídolo

Quando chegou ao profissional do Cruzeiro, em 1974, Joãozinho viu um sonho de infância se realizar. Afinal, quando ainda era garoto, arriscava pular os muros do estádio do Mineirão para ver de perto seus ídolos Tostão e Dirceu Lopes atuarem com a camisa azul celeste. A irreverência do garoto nunca abandonou o atleta. Valente, vibrante e exímio driblador, o ponta-esquerda tinha como aliados a velocidade e uma pontaria certeira com os dois pés.

No duelo com o marcador, a vantagem era quase sempre sua. Ao ser lançado pelo lado esquerdo do campo, a torcida entrava em frenesi, à espera dos dribles que normalmente terminavam com um serviço para o centroavante ou com o disparo para o gol adversário. Joãozinho era respeitado e temido, sobretudo pelos estrangeiros, principalmente por sul-americanos. Foi contra os peruanos, em uma partida contra o Alianza, de Lima, que ganhou o apelido de "bailarino".

A sua marca, no entanto, sempre foi a "malandragem". Na decisão da Copa Libertadores de 1976, Cruzeiro e River Plate empatavam a terceira partida, em Santiago (Chile), quando nos minutos finais, aconteceu uma falta próxima à área adversária. O goleiro estava de olho em Nelinho, que tomava posição. Mas, como o árbitro já validara um gol dos argentinos, que cobraram uma falta antes do seu apito, Joãozinho resolveu fazer o mesmo.

Surpreendeu todos, principalmente o goleiro adversário. A bola foi direto para as redes, para desespero do River. Alguns anos depois, o atacante sofreu uma grave fratura da perna esquerda. Depois de longo período de tratamento, atuou poucas temporadas mais pelo Cruzeiro e chegou a jogar no Palmeiras e Internacional.

Análise técnica

Cabeceio - Nas raras jogadas aéreas, mostrava habilidade.

Chute -

Pé direito - Colocado.

Pé esquerdo - Tanto forte como colocado.

Velocidade - Muito rápido.

Habilidade - Perfeito nos dribles.

Posicionamento - Usava bem as laterais do campo para chegar ao gol adversário.

Marcação - Nulo.