O Palmeiras não perde há 36 dias e é o clube paulista melhor colocado no Campeonato Brasileiro - quarto, com 12 pontos. Mas ainda assim a paz está longe de reinar no Palestra Itália. Culpa principalmente da eliminação nas quartas de final da Copa Libertadores da América, que inflamou ainda mais a animosidade da principal torcida organizada do clube com Vanderlei Luxemburgo.
O técnico também enfrenta inimigos dentro do clube. Empolgados com a saída de Muricy Ramalho do São Paulo, conselheiros não cansam de pedir a troca no comando do time. O presidente Luiz Gonzaga Belluzzo descarta mudanças, mas ao mesmo tempo se vê na missão de reduzir os gastos do clube, o que passa necessariamente pelo enxugamento da folha salarial da comissão técnica, que custaria perto de R$ 1,3 milhão por mês.
Em meio a esse ambiente tumultuado, Luxemburgo ganhou um importante aliado na sua meta de renovar o contrato que termina em 31 de dezembro e comandar o time novamente na próxima Libertadores. Os jogadores uniram-se pelo treinador e estão criando a família "Luxa".
As primeiras demonstrações de apoio já foram dadas. Maurício Ramos correu em direção ao treinador ao marcar o gol do triunfo sobre o Vitória, gesto repetido por Keirrison ao garantir o empate com o Atlético-PR, no último sábado.
O discurso também está ensaiado. Os jogadores não cansam de repetir nas entrevistas coletivas que estão ao lado do "professor".
"Tenho que dar graças a Deus de estar sendo treinado por um técnico consagrado no futebol e que conhece muito. Conheço vários companheiros que me disseram que queria trabalhar com ele", elogia Obina, contratado há um mês junto ao Flamengo por indicação de Luxemburgo.
Uma eventual demissão do técnico, como aconteceu com Muricy no vizinho São Paulo, nem passa pela cabeça do elenco. "A gente pensa em coisas boas, positivas. As negativas a gente passa por cima. Aqui está todo mundo com o professor Vanderlei", completa Wendel.