Em nota divulgada no site oficial do Cruzeiro, o presidente Zezé Perrella disse que a decisão de que o clássico com o arquirrival Atlético-MG passe a ser de "torcida única" diminuirá a violência e trará de volta as famílias ao estádio.
Pelo acordo, no clássico do próximo dia 12 julho, o Cruzeiro, que é o mandante, terá direito a 90% dos ingressos, enquanto o Atlético ficará com 10%. No returno do Brasileirão, a situação se inverte, com os atleticanos passando a ter a maioria das entradas e os cruzeirenses, a minoria. A decisão, no entanto, tem caráter experimental e será avaliada depois dos confrontos.
A mudança foi oficializada na semana passada pelo Ministério Público Estadual. A decisão foi tomada em reunião, na quinta-feira 25, entre representantes de Cruzeiro e Atlético, da Federação Mineira de Futebol, do Corpo de Bombeiros, das Polícias Militar e Civil e da Ademg (Administração dos Estádios de Minas Gerais), além do Ministério Público.
"Acho que nós temos que voltar com as famílias para o estádio. Em um primeiro momento, acredito que dará menos renda, sim, mas nós temos que voltar com as famílias para os estádios. Infelizmente, a violência que impera no futebol não é um fenômeno brasileiro. É mundial, faz com que as famílias se afastem", disse Zezé Perrella ao site do Cruzeiro.
O dirigente acredita que a violência será reduzida com a mudança. "O aspecto de segurança tem que ser bem avaliado, está se dizendo que a maioria da violência ocorre fora dos estádios, com os torcedores que vão ao estádio ver o jogo e brigam na rua. Eu tenho comigo que, se o torcedor fica em casa, não vai criar confusão, tendo uma torcida com 90% e a outra com 10%", afirmou.
"Eu acho que esses vândalos, por que a gente não pode generalizar, vão ficar em casa. Acredito que o aspecto da segurança vai melhorar. Quanto a acabar com a alegria do clássico, eu não vejo por aí. Tanto o Cruzeiro e o Atlético-MG são times nacionais. E se não der certo, nós podemos voltar", acrescentou Zezé Perrella.
O presidente celeste disse que a medida beneficiará o programa Sócio do Futebol, implantado pelo Cruzeiro. "Como eu vou vender um produto e não ter condição de entregar? Se eu tenho 50 mil sócios quando o Cruzeiro é o mandante, esse torcedor tem o direito de ir ao estádio e só cabem 64 mil. Eu poderia, em tese, vender somente 32mil sócios-torcedores, limitaria o Cruzeiro a 32 mil sócios. Esse aspecto também tem que ser avaliado", ressaltou o dirigente.