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Mortes em conflitos de torcida em Minas ocorrem mais longe dos estádios - 30/11/2010 - UOL Esporte - Futebol
UOL Esporte Brasileirão - Série A
 
30/11/2010 - 07h02

Mortes em conflitos de torcida em Minas ocorrem mais longe dos estádios

Gustavo Andrade
Em Belo Horizonte

Desde 6 de junho, quando o Atlético-MG foi derrotado pelo Ceará por 1 a 0 e o Mineirão foi fechado para obras, nenhuma partida oficial de futebol é disputada na capital mineira. Entretanto, no último sábado, uma briga entre torcedores atleticanos e cruzeirenses causou a morte de Otávio Fernandes, de 19 anos. A ocorrência de mortes em conflitos entre torcidas longe dos estádios tem se tornado comum em Minas Gerais.

Relação de torcedores mortos em Minas

VítimaDataLocal
Francisco Agnaldo Felício, torcedor do Cruzeiro11 de abril de 2004Região de Venda Nova
Gustavo Telles Gonçalves, torcedor do Atlético Mineiro10 de julho de 2004Avenida Olegário Maciel
Washington Sebastião Teixeira, torcedor do Atlético05 de agosto 2005Bairro Horto
Pedro Ferreira, torcedor do Atlético Mineiro6 de maio de 2007Entrada do Mineirão
duas pessoas, em tiroteio em ônibus16 de setembro de 2007Bairro Santo André, região Noroeste
Samuel de Souza Tobias, torcedor do Atlético Mineiro27 de janeiro de 2008Centro da capital
Lucas Batista Marcelino, torcedor do Atlético Mineiro15 de fevereiro de 2009Bairro Horto
Otávio Fernandes, torcedor do Cruzeiro27 de novembro de 2010Savassi

Desde 2004, nove mortes ocorreram no estado por causa de conflitos de torcedores. Duas delas foram próximas a estádios: em agosto de 2005, nas imediações do Independência, no Bairro Horto, e em maio de 2007 perto do Mineirão.  

Na ocasião, a morte de Washington Sebastião Teixeira ocorreu depois de um clássico entre as equipes juniores de Cruzeiro e Atlético. Ele e outros dois atleticanos passavam pela Avenida Silviano Brandão, quando foi atingido por tiros vindos de um carro ocupado por três cruzeirenses.

No sábado passado, Otávio Fernandes foi agredido por torcedores do Atlético em um conflito entre integrantes das duas maiores torcidas organizadas do clube alvinegro e do Cruzeiro, Galoucura e Máfia Azul. A briga ocorreu durante evento de vale-tudo, o 3º MMA Fight Brasil, na casa de shows Chevrolet Hall, na zona sul da capital mineira.

Para o promotor do Ministério Público Estadual, José Antônio Baeta, as autoridades devem procurar entender o que ocasiona os conflitos entre torcedores independentemente de onde eles ocorram. “A questão não é o local desses óbitos. O problema é que é incompreensível como a rivalidade entre as torcidas cause fatos de tamanha barbárie”, observou, em entrevista ao UOL Esporte.

Baeta destacou que as torcidas organizadas podem sofrer punições caso seja configurado um desvirtuamento de suas funções. “O Estatuto do Torcedor legitimou as torcidas organizadas, mas também lhes atribuiu obrigações. Temos de analisar a mecânica dos fatos para verificar se há desvirtuamento dos objetivos sociais das organizadas, que são o apoio às agremiações e socialização entre os membros”, disse.

O promotor do MPE ressaltou que todas as organizadas de Minas Gerais já firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com a presença do Ministério Público e comando da polícia, para regulamentar as suas ações. “Temos, portanto, todos os instrumentos jurídicos para punir as torcidas mesmo sem jogos”, afirmou.

Antes do assassinato de Otávio Fernandes, no último sábado, a última morte em conflitos de torcedores na capital mineira havia sido em fevereiro de 2009. Na ocasião, um torcedor do Atlético foi morto em um ponto de ônibus na Avenida Silviano Brandão, no Bairro Horto, quando esperava por um coletivo para ir ao Mineirão, assistir ao clássico entre Atlético e Cruzeiro.

Segundo a Polícia Militar, Lucas Anastácio Batista Marcelino estava com um grupo de torcedores quando dois homens passaram pelo local em uma moto e, em seguida, atiraram. Testemunhas disseram que os responsáveis pelos disparos vestiam camisas da Máfia Azul, principal torcida organizada do Cruzeiro.

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