O fuso horário foi eleito pela seleção brasileira o maior inimigo na suada vitória por 4 a 3 sobre o Egito nesta segunda-feira, pela primeira rodada da Copa das Confederações, em Bloemfontein. O fim de temporada dos jogadores que atuam na Europa e as constantes viagens foram os vilões no discurso da equipe.
Alguns atletas se apresentaram à seleção um dia depois de jogar na Europa por seus clubes. Treinaram menos de uma semana, viajaram ao Uruguai, depois a Recife e finalmente desembarcaram na África do Sul. Nesse período, tiveram compromissos pelas eliminatórias contra uruguaios e paraguaios.
"Ninguém conseguiu dormir bem até agora, a equipe está cansada. Muitos vieram do horário da Europa, foram para o Brasil e depois tiveram o horário mudado novamente aqui na África, isso atrapalha muito", analisou Lúcio, que atua no futebol alemão. "Tudo isso traz um desgaste muito grande", emendou Gilberto Silva, jogador do grego Panathinaikos.
Até Júlio César reclamou. Mesmo sendo goleiro, ele apontou a parte física como um problema. "Eu me sinto cansado, não vou mentir. Estamos vindo do final da temporada europeia e isso nos prejudica, mas é preciso superar esse obstáculo."
"Buscamos o resultado até o final. Nossa equipe estava desgastada pelo fuso horário. Conversamos no intervalo porque muitos jogadores estavam cansados, mas o time buscou a vitória e saiu com três pontos importantes", destacou o técnico Dunga.
A seleção brasileira volta a jogar às 11h (de Brasília) da próxima quinta-feira, diante dos Estados Unidos, em Pretoria. No domingo, no mesmo local, enfrenta a atual campeã mundial Itália pela terceira e última rodada do grupo B.
"Sofremos mais do que o esperado. Sentimos um pouco o cansaço, mas não tem jeito. Temos que nos recuperar porque teremos um jogo importante daqui a três dias [diante dos Estados Unidos]", comentou o atacante Luís Fabiano, autor do segundo gol brasileiro sobre os egípcios.