O Brasil está perto da vaga nas semifinais e depende só de um empate contra a Itália para avançar em primeiro lugar do grupo B. Mas a partida deste domingo diante dos atuais campeões mundiais tem outro significado importante para a seleção. A classificação como líder representa uma facilidade de logística e uma "economia" de até 1,2 mil quilômetros (quase a distância entre São Paulo e a paraguaia Assunção), resultando em menos desgaste para os jogadores.
De acordo com o regulamento da Copa das Confederações, o primeiro do grupo B jogará a semifinal dia 25 em Johanesburgo, a 60 quilômetros de Pretoria, onde a delegação brasileira está atualmente. Já o segundo colocado precisa seguir até Bloemfontein.
Neste caso, é necessário ir a Johanesburgo e, na maior cidade da África do Sul, encarar 420 km em voo de pouco mais de uma hora até Bloemfontein, onde o Brasil fez sua estreia na Copa das Confederações. A equipe que vencer essa semifinal volta a Johanesburgo (mais 420 km). A que perder disputa o terceiro lugar em Rustenburgo, a cerca de 600 km.
Mas se avançar em primeiro lugar do grupo B e ainda levar a melhor na fase seguinte, a seleção de Dunga faz apenas o trajeto terrestre de 60 km até Johanesburgo, palco da outra semifinal e também da grande decisão, ambas no estádio Ellis Park. Evitaria, assim, de 840 a 1020 km de viagem e completaria seu "tour" pelo país em apenas 960 km, quase metade em comparação aos cenários anteriores.
"A temperatura do jogo contra a Itália será altíssima, todo mundo precisa dos três pontos. Eles estão vivos na competição. Nós temos que mostrar nosso futebol e conseguir a vitória porque classificar em primeiro lugar será muito importante", alertou o lateral-direito Maicon.
A logística facilitada pela liderança evitaria principalmente o cansaço, eleito o maior vilão pela seleção brasileira nesta Copa das Confederações. Como nos últimos dias já fez viagens para Uruguai, Recife e de lá seguiu para a África do Sul, percorrendo mais de 13 mil quilômetros, a meta da equipe é fugir o máximo possível de aeroportos, maiores distâncias e nova mudança de rotina.
No início desta semana, o departamento médico mostrou preocupação com o tema. Argumentou que as viagens atrapalham a alimentação e alteram o "relógio" biológico dos jogadores, causando problemas no descanso e desgastes físicos que podem impedir o melhor rendimento em campo. A seleção só espera que a Itália não impeça a rota planejada.